O Presidente da República desafia empresários e investidores a “não se focarem somente nos assuntos ligados à indústria extractiva”, recordando existirem outras áreas que merecem destaque. Falando na sessão de abertura, nesta quarta-feira, 30 de Março, da XVII Conferência Anual do Sector Privado (CASP), Nyusi apontou ainda o agro-negócio como área a merecer o olhar dos investidores.
“Não pensemos só no gás, ou no ouro e rubi, pois sobrevivemos muito tempo através da agricultura”, disse Filipe Nyusi.
Nyusi recordou depois que, apesar dos últimos acontecimentos, o sector agrícola tem se mostrado resiliente, pelo que o país tem vindo a reduzir consideravelmente o índice de importações, com o intuito de se tornar um grande exportador.
De um modo geral, o Chefe do Estado disse que “se vislumbram sinais positivos que marcam o virar da página da economia moçambicana”, sendo que a presente reunião, constitui, na visão do Presidente, “um momento único que enaltece o papel das organizações do sector privado para a introdução de políticas que visem o crescimento económico e criação de emprego, com vista a redução da pobreza.”
“A CASP tem uma dupla função e começa a ser uma plataforma para o debate conducente à acções e políticas para a remoção de barreiras para os investimentos e de uma plataforma de divulgação das potencialidades do país bem como do estabelecimento de parcerias estrangeiras”, afirmou.
Para o presente ano, Filipe Nyusi espera que as reflexões sirvam para consolidar o sector privado e criar um ambiente de negócios favorável ao investimento em Moçambique para a reconstrução da economia, a revitalização da componente agrícola e criação de resiliências.
Por sua vez, Agostinho Vuma, presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), realçou o facto de existir no seio do sector empresarial a percepção de que alguns programas, planos e estratégias aprovadas pelo governo, “não estão a ser implementadas com a devida celeridade e eficácia”, argumentando que a sua acção “tem sido insuficiente para mitigar o efeito da crise nas empresas e garantir a sua recuperação, crescimento e robustez.”
Nesta vertente, Vuma avançou que como resposta, “tornou-se importante realizar uma avaliação do grau de implementação de algumas das acções previstas no PQG 2020-2024 e propor medidas para a sua aceleração como se segue”, assinalou. “Entende-se que, ao serem implementadas em tempo útil, estas acções poderão contribuir sobremaneira para a solução dos vários problemas que enfermam as empresas resultantes dos efeitos das sucessivas crises que assolaram a economia nacional”, explicou.
Nesta CASP, estão previstas salas de negócios que irão discutir um pacote total de 990 milhões de dólares, negócios estes que têm o potencial de gerar mais de 20 mil postos de empregos e contribuir para a contínua transformação da matriz energética, dado o portfólio de negócios de energias renováveis.