A InterCement, multinacional que detém a Cimentos de Moçambique, anunciou um aumento do volume total de cimento e clínquer produzidos em 2021, que atingiu as 20,1Mt em 2021, um aumento de seis por cento em comparação com 2020, nos mercados em que está presente (Brasil, Argentina, Egipto, África do Sul e Moçambique), embora tenha registado uma forte quebra ao nível das vendas no mercado nacional.
Das suas operações em África, Moçambique foi o único mercado a registar uma forte quebra, na ordem dos 20,8% ao nível do volume vendido, como resultado do novo cenário competitivo desafiante após a entrada de um novo actor na região sul do país no segundo trimestre do ano, algo muito debatido, de resto, ao longo do ano, a abertura da cimenteira Dugongo.
Já os outros mercados africanos em que a empresa está estabelecida, demonstraram crescimento, liderado pelo Egipto, que continuou a registar um aumento do volume, expandindo-se 9,3 por cento no trimestre, apoiado pela retoma das actividades de construção de pequena e média escala, para além dos projectos de infra-estruturas que ficaram paralisados durante a pandemia, bem como pelo sistema de quotas de produção em vigor na indústria do cimento desde Julho.
Na África do Sul os volumes aumentaram cinco por cento, em comparação com o período homólogo.
Na Argentina, a indústria do cimento manteve-se a um ritmo forte durante o trimestre, com os volumes de Loma Negra a subirem quatro por cento face a 2020.
Os volumes brasileiros, embora em declínio de 3,7% face ao período homóloco, permaneceram a um nível saudável, apoiados por uma procura sólida em resultado do forte atraso do sector da habitação e do efeito positivo no rendimento da dinâmica benigna do agronegócio, especialmente nas regiões centro-oeste e sul.
Em 2021, as vendas do grupo totalizaram 1,7 mil milhões de dólares, uma expansão de 33% em relação a 2020, apoiada por uma tendência de preços saudável na maioria das regiões ao longo do ano. Durante o trimestre, as vendas atingiram 476 milhões de dólares, uma expansão de 38% em relação a 2020.
Em 2021 o EBITDA ajustado da empresa totalizou 470 milhões de dólares, um aumento de 37% em relação a 2020, com margens de 27,7%, um aumento de 0,9 pontos percentuais. em relação a 2020. A pressão dos custos continuou a aumentar, impulsionada pela inflação global, embora parcialmente compensada pelo aumento dos preços.
O desembolso do Capex em 2021 foi de US$162m, relativamente estável com 2020. Entretanto, no 4T21, totalizou 57 milhões de USD, chegando 20 milhões de USD acima do 4T20, sendo parcialmente respondido pelo pagamento final ao fornecedor L’Amalí II, mas também devido a uma base de comparação mais baixa em 2020, dado que o capex estava a ser mantido apenas para investimentos do ESG nessa altura, dado o contexto da pandemia.