Com vista a fortificar a cooperação entre os parceiros e dar maior visibilidade aos projectos desenvolvidos com vista ao alcance de um mundo mais inclusivo e participativo, a Academia Girl Move, promoveu nesta terça-feira, 22 de Março, um intercambio cultural e social com as diversas esferas políticas, diplomáticas e sociedade civil ao nível de Moçambique.
O evento que teve o seu ponto mais alto com a apresentação de histórias de superação, contadas por diversas jovens mulheres integrantes da Academia, serviu também de reflexão sobre os actuais problemas enfrentados pelas mulheres no território nacional, sobretudo as que foram vítimas de guerra e consequente deslocação de Cabo Delgado.
Na ocasião, o Embaixador de Portugal, António Costa Mouro, enalteceu o trabalho desenvolvido pela Girl Move, frisando que o mesmo se “destaca pela sua positividade, irreverência, experiência e inovação em áreas críticas para Moçambique, como na luta pela igualdade de género, liderança e o empoderamento feminino, através do desenvolvendo programas e metodologias inovadoras que recorrem a processos materializados por meio de círculos de solidariedade.”
“Este é um espaço onde as raparigas e jovens mulheres moçambicanas, interagem e se inspiram mutuamente para que juntas ultrapassem desafios ainda colocados pela desigualdade de género”, disse.
O diplomata salientou ainda que o trabalho desenvolvido, aposta sobretudo na educação e capacitação das raparigas para a criação de uma nova geração de mulheres aptas a desenvolver uma dignidade de excelência, e o seu papel de líderes na sociedade moçambicana.
“É de louvar a rede de parcerias que têm vindo a estabelecer com a união europeia, as nações unidas, o sector privado, a academia e as autoridades moçambicanas, através da qual têm vindo a potencializar as suas acções em prol do empoderamento das mulheres moçambicanas”, acrescentou.
Moçambique, conta com mais de 30 milhões de habitantes, onde muito poucas raparigas terminam os seus estudos superiores, a predominância das gravidezes precoces representa um certo obstáculo para o acesso das raparigas na edução, sendo que apenas 18 em cada 100 mulheres entre os 15 aos 19 anos enfrenta gravidez precoce, o que reduz a sua capacidade de ir à escola e obter empregos qualificados.
Por sua vez, o Embaixador da França, David Izzo, abordou a forma como a prioridade “deverá passar por manter as raparias na escola e capacitar as jovens estudantes a ocupar uma posição privilegiada em favor do desenvolvimento do país, dando maior confiança, olhando para metodologia da Academia Girl Move que passam pela transmissão de valores.”
Entretanto, para os fundadores deste movimento, Alexandra Machado e Luís Amaral, o evento serviu, acima de tudo, “para firmar a cooperação desenvolvida, frisando que é com muito orgulho celebrar este momento com todos os actores integrantes.”
“O objectivo é conectar mais mulheres, parceiros e fazer junção para transmitir a palavra, fortificar a cooperação e motivar aos demais a se juntar, mostrar que as mulheres devem estar em cooperação, através da partilha dos modelos de conhecimento e aprendizagem”, concluiu Merlim André, represente da Academia Girl Move.
Actualmente, a Academia é composta por 10 mil mulheres que ao longos dos anos vão sendo seleccionadas por todo Moçambique.