A subida dos preços do combustíveis provocada pelo aumento exponencial do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais continua no centro de todas as preocupações, sobretudo no sector dos transportes cujos agentes, de uma forma geral, consideram o cenário actual “sufocante e muito exagerado”. Perante o contexto, a Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) avança mesmo que, a manter-se a actual tendência, “piores dias se avizinham para os transportes rodoviários, caso não se chegue a um consenso equitativo entre o sector e o governo.”
“O transportador ultimamente está apenas a gerir prejuízos e é por isso afirmamos que piores dias se avizinham para o sector, uma vez que os agentes económicos dos transportes têm perdido a capacidade de gerar receita. E o que iremos ver, se assim se continuar, é que, aos poucos, vão acabar por arrumar os carros e a escassez de transporte vai de facto ser uma realidade”, afirma, em declarações ao DE, Castigo Nhamane, Presidente da FEMATRO.
Nhamane avança mesmo estar a acompanhar a situação “com grande preocupação, face à inesperada subida do preço do combustível”, revelando no entanto que, para amenizar a situação, “estão a decorrer acções de negociação com o governo, por forma a aliviar o sector dos transportadores rodoviário de passageiros.”
No que diz respeito às ameaças de paralisação das actividades, o dirigente alertou que “a paralisação não é a solução desejável, mas que se deve trabalhar por forma a encontrar um meio termo viável, pois o cidadão depende do transporte público. É preciso trabalhamos nesse sentido até porque uma paralisação geral não é viável pois o cidadão que, como todos sabemos, precisa de transportes”.
E continua: “já submetemos propostas e estamos a aguardar que nos digam alguma coisa. Como disse, achamos que paralisação não é solução, é preciso que trabalhemos para encontrar um meio termo. Precisamos de uma alternativa para os transportadores, porque a situação está insuportável nesta altura, esta subida dos combustíveis foi muito elevada”, complementa.
De acordo com Castigo Nhamane, “tanto o governo como o transportador clamam por um transporte confortável, mas isto é impossível sem que se obtenham receitas que permitam o investimento”, salientando que “o transporte é um negócio como qualquer outro”.
Actualmente, a FEMATRO representa 33 associações a nível nacional e como se sabe, o preço da gasolina sofreu um aumento na ordem de 8 meticais, passando a custar 77,39 Meticais por litro, enquanto que o gasóleo (diesel) custa agora 70,97 meticais, um incremento de 9,26 meticais.