A economia da África do Sul expandiu-se 4,9% no ano passado e cresceu ao ritmo mais forte dos últimos 14 anos, recuperando face à recessão de 6,4% registada em 2020.
De acordo com os dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (Stats SA), citados esta terça-feira pela agência de informação financeira Bloomberg, a economia mais industrializada do continente registou a subida mais rápida desde 2007, batendo as estimativas dos analistas consultados pela agência, que antecipavam uma expansão de 4,8% em 2021, e a própria previsão do Governo.
No último trimestre do ano passado, a África do Sul cresceu 1,2% face aos três meses anteriores, e 1,7% face ao período homólogo de 2020.
Em 2020, a economia sul-africana tinha contraído 6,4%.
Os dados oficiais indicam que cinco das dez indústrias impulsionaram a actividade de produção, com destaque para agricultura (12,2%), comércio (2,9%) e manufaturação (2,8%), que registaram os maiores aumentos, seguindo-se os serviços pessoais (2,7%) e o sector dos transportes e comunicações (2,2%).
O crescimento foi limitado pelas restrições às viagens que estavam em vigor antes das férias de verão, devido ao surgimento da variante Ómicron do covid-19, e pelo forte aumento do preço da gasolina.
Apesar das boas notícias relativamente ao regresso aos níveis de produção económica anteriores ao período mais grave da pandemia e aos esforços do governo para controlar a subida da dívida, a guerra na Ucrânia deverá limitar o crescente doravante.
Os dados surgem numa altura em que o diretor-geral do Tesouro, Dondo Mogajane, tem feito apelos para uma aceleração das reformas estruturais necessárias ao aumento da produção e à criação de mais oportunidades de emprego num país onde mais de um terço da força de trabalho está desempregada.
As exportações do país aumentaram cerca de 8,5%, nomeadamente em metais, ouro, platina, diamantes, veículos, componentes e acessórios automóveis, segundo o governo sul-africano.
“As chuvas, mais do que o normal, beneficiaram a agricultura, mas não foi bom para a mineração”, sublinhou o Stats SA, acrescentando que “o país produziu menos minério de ferro e carvão no quarto trimestre, devido às fortes chuvas que afectaram as operações de mineração a céu aberto”.
“A indústria da construção contraiu em 2021, caindo 1,9%. Este foi o quinto ano consecutivo de queda na construção”, adiantou.
Todavia, o Stats SA referiu que apesar do crescimento no quarto trimestre, a economia sul-africana “precisa de recuperar para o nível registado no segundo trimestre de 2021, antes dos tumultos civis [Junho] e as restrições mais rígidas de confinamento [do covid-19] terem abalado a economia no terceiro trimestre”.
“A economia é 1,8% mais pequena comparativamente ao primeiro trimestre de 2020”, adiantou.