Estagflação é um termo que não era utilizado desde meados da década de 1970 e descreve uma economia com taxas de inflação e de desemprego acima do normal, mas um crescimento económico muito reduzido ou inexistente.
Por isso, apesar de se achar que a inflação era das piores coisas que podia acontecer em termos económicos no pós-pandemia, a estagflação pode ser pior e está a tornar-se num assunto relevante.
A Bitcoin, que é vista como uma protecção contra a inflação para muitos investidores em ativos digitais e por outros como um ativo de risco, ainda não sofreu nenhum período de estagflação na economia.
Neste momento, a inflação está elevada, sendo que nos EUA está ao nível mais elevado de 1982, segundo a CoinDesk, e os investidores já estavam preocupados mesmo antes das tensões na Ucrânia, o que veio piorar ainda mais o cenário. Para além da inflação, os preços do petróleo, de outras commodities e de outras matérias-primas também estão bastante acentuados devido ao conflito.
Em declarações à CoinDesk, Bob Iaccino, estratega-chefe da Path Trading Partners, diz que a estagflação é uma realidade. “Por causa da correlação positiva entre as criptomoedas e o Nasdaq, o cenário de estagflação pode certamente prejudicar o mercado das criptomoedas”.
Este cenário deve levar a uma procura elevada por obrigações, por dólares, por ouro e pelo setor imobiliário. O sector mais prejudicado deve ser o das acções de empresas com capitalização de mercado abaixo dos 2 mil milhões de dólares e das tecnológicas, segundo Iaccino.
Nestes períodos considerados de estagflação, há uma maior procura por ativos considerados de defesa, algo que a Bitcoin não é. Por isso, a procura por criptomoedas pode recuar num período de estagflação, o que provoca uma queda dos preços.