As importações moçambicanas deverão aumentar gradualmente devido aos investimentos nos projectos de gás natural, sobretudo na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, que irão demandar muitos equipamentos e maquinarias.
De acordo com o Cenário Fiscal de Médio Prazo 2021- 2023, produzido pelo Ministério da Economia e Finanças, citado pelo Notícias, o incremento das importações poderá ser, até ao próximo ano, de 7,9%.
Segundo a fonte, considerando uma conjuntura económica favorável para o triénio 2021-2023, estima-se igualmente o aumento na produção de bens e serviços e por resultado a recuperação gradual das exportações (5,1% até 2023).
“No entanto, espera-se que o volume de importação de mercadorias cresça a uma taxa mais rápida do que a exportação de mercadorias, impulsionado pela demanda doméstica, sobretudo de equipamentos”, frisa.
De referir que estão actualmente em curso vários projectos de gás no país, incluindo nos blocos de Pande e Temane, cuja produção iniciou em 2004, com uma capacidade contratual de 120 MGJ/a (milhões de Giga joules/ano) e um investimento inicial de 1,2 bilião de USD. Em 2009 proce[1]deu-se a expansão da capacidade de produção de 120 para 183 MGJ/a.
Também o Contrato de Partilha de Produção (PSA) entre o Governo, a ENH e a Sasol Petroleum Mozambique Lda foi celebrado em Outubro de 2000, com o objectivo de pesquisar, avaliar, desenvolver e produzir gás natural não associado e petróleo leve das áreas adjacentes a área do PPA. As estimativas das quantidades recuperáveis de gás rondavam em aproximadamente 0.55 Tcf (triliões de pés cúbicos) e cerca de 55 MMSTB (milhões de barris) de petróleo leve.
Um outro projecto denominado Coral Sul FLNG está a ser implementado pelas concessionárias da Área 4 da Bacia do Rovuma, lideradas pela operadora MRV, S.p.A. No âmbito das suas actividades, descritas no Contrato de Concessão para Pesquisa e Produção de Petróleo, as concessionárias descobriram 77 triliões de pés cúbicos (Tcf) de gás natural.
Recentemente, o Governo, através do Instituto Nacional do Petróleo (INP), lançou o sexto Concurso para a Concessão de Áreas de Pesquisa e Produção de Hidrocarbonetos. Para o efeito, foram definidas 16 novas áreas, distribuídas por 4 regiões distintas, sendo que cinco estão localizadas na Bacia do Rovuma, sete em Angoche, duas no Delta do Zambeze e duas no Save, perfazendo mais de 92 000 km² de área.
Este concurso, que tem a duração de aproximadamente 10 meses, desde a data do lançamento até à divulgação dos resultados, em Outubro de 2022, ocorre cerca de três meses após a aprovação da nova Estratégia de Concessão de Áreas para Pesquisa e Produção de Hidrocarbonetos, que estabelece as bases para garantir a pesquisa contínua e sistemática de hidrocarbonetos nas bacias de Moçambique e Rovuma, promover o investimento nacional e estrangeiro, além de reduzir o tempo que medeia a realização dos concursos públicos para a concessão de áreas para 2 anos, contrariamente aos 3 anos previstos na legislação anterior.