A fim de obter uma “fatia” maior do mercado global de satélites em rápido crescimento, a África do Sul está a progredir no desenvolvimento de infra-estrutura espacial. O país pretende, assim, tornar-se um provedor de serviços, especialmente para outras nações do continente.
Do Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, a África do Sul lançou três nano-satélites na tarde de quinta-feira, 13 de Janeiro de 2022, por meio de um foguete SpaceX.
Estes são os primeiros equipamentos da nova constelação sul-africana de satélites de vigilância do domínio marítimo chamada MDASat.
Os satélites foram construídos localmente, no Centro Africano de Inovação Espacial da Universidade de Tecnologia da Península do Cabo (CPUT).
A constelação MDASat consistirá em nove nano-satélites que detectarão, identificarão e monitorarão embarcações quase em tempo real para apoiar a protecção do domínio marítimo da África do Sul.
O país pretende compartilhar as informações conseguidas com outros países da região que possuem orla marítima.
Blade Nzimande, Ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação da África do Sul, disse que o seu departamento investiu 27 milhões de rands (1,76 milhão de dólares) ao longo de três anos no desenvolvimento da constelação.
Além da aquisição dos materiais essenciais para a construção dos equipamentos, o orçamento concedido pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência e Inovação foi também utilizado para a formação do pessoal que integra o projecto da constelação.
Para este fim, uma estrutura de desenvolvimento de capital humano foi estabelecida na Universidade de Tecnologia da Península do Cabo.
“Através deste programa, os alunos aprendem princípios de engenharia usando CubeSats como ferramentas de treinamento”, disse Blade Nzimande.
O lançamento dos três nano-satélites ocorre três anos após o lançamento do ZACube-2, anunciado como o mais avançado nano-satélite sul-africano até hoje e que tinha sido desenvolvido como um demonstrador de tecnologia para a constelação MDASat.
O lançamento dos primeiros nano-satélites da constelação, salientou Blade, permitirá à África do Sul consolidar a sua posição de liderança no desenvolvimento de pequenos satélites no continente