Investigadores do Instituto Metropolitano de Ciências Médicas de Tóquio, no Japão estão a trabalhar numa vacina que não só proporciona imunidade vitalícia contra o vírus SARS-CoV-2, como também poderia ser transportada à temperatura ambiente para cantos longínquos do mundo, informou o The Japan Times.
À medida que as infecções causadas pela variante Ómicron aumentam no mundo, os países podem, em breve, ter de enfrentar a difícil decisão de impor restrições mais rigorosas ou deixar a variante fluir através da população.
Segundo a Interesting Engineering, as vacinas estão a reduzir a gravidade da doença, mas são ineficazes para travar a propagação da infecção altamente transmissível.
Enquanto as empresas de vacinas desenvolvem doses de reforço, específicas para cada variante, surge agora a notícia de uma única vacina, com duração vitalícia.
Michinori Kohara e a equipa de investigadores que estão a liderar o desenvolvimento da vacina de uso único também criaram uma das vacinas mais bem sucedidas da história, uma contra a varíola.
A equipa utiliza uma estirpe do vírus que não causa doença, mas substituiu alguns dos seus componentes proteicos pelos da proteína SRA-CoV-2.
Embora combinar a proteína com um mecanismo de entrega diferente seja uma estratégia normalmente utilizada na concepção da vacina nos dias de hoje, Kohara está confiante de que a sua vacina pode não só fornecer anticorpos neutralizantes potentes com uma única dose, mas também induzir uma forte imunidade celular que oferece proteção a longo prazo.
As experiências realizadas em ratos mostraram que os vacinados mantinham níveis elevados de anticorpos, durante os seus anos médios de vida.
Quando foram administradas duas doses, com três semanas de intervalo, os anticorpos neutralizantes aumentaram dez vezes, segundo o estudo.
Experiências semelhantes realizadas em macacos mostraram que a vacina os protegia da infeção, uma vez que os níveis do vírus nos animais vacinados permaneciam inferiores aos limites de deteção, sete dias após terem sido infetados com o coronavírus.
Kohara também realçou ao The Japan Times que a vacina oferece a vantagem adicional de produzir menos efeitos secundários, em comparação a outras vacinas, às quais foram concedidas autorizações de utilização de emergência.
A estirpe não patogénica utilizada na conceção da vacina é incapaz de se replicar em mamíferos, e produz menos efeitos secundários, alegou o investigador.
Os investigadores testaram a vacina contra as quatro variantes de coronavírus, anteriormente relatadas como preocupantes, e consideraram-na eficaz.
Kohara sublinha também que a vacina não só funciona contra a Ómicron, como também pode ser armazenada à temperatura ambiente, sendo fáceis de transportar e administrar em países com climas tropicais.