Segundo a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a maior agremiação patronal do país, mais de 60 mil trabalhadores do ramo de hotelaria e turismo correm risco de perder emprego devido à pandemia de Covid-19.
A informação foi avançada terça-feira, em Maputo, pelo presidente do pelouro do Turismo da Confederação das Associações Económicas (CTA), Abdula Momade, em conferência de imprensa conjunta no âmbito da quadra festiva, época alta do turismo em Moçambique.
“Aproximadamente 64 mil trabalhadores, distribuídos em estabelecimentos de alojamento, restaurantes, eventos e agências de viagem a nível nacional, estão em risco de perder emprego caso estes sectores voltem a encerrar devido aos efeitos negativos de Covid-19″, disse Abdula Momade.
Ainda assim, Momade congratulou a decisão do Presidente da República, Filipe Nyusi, de manter as restrições face ao aumento de casos da doença associados à variante Ómicron.
Segundo Momade, o sector do turismo reduziu em mais de 80% a sua actividade e estima-se que mais de 90 mil postos de trabalho foram suspensos, ou estão em risco de perder o emprego no sector ao nível nacional.
Nos últimos dois anos, as empresas registaram um défice de tesouraria de 80% e, segundo Abdulah, necessitam de 50 mil milhões de meticais”.
A manutenção das medidas, ou seja, o não agravamento, demonstra o comprometimento do Governo em assegurar o equilíbrio entre a saúde e a economia, necessário para a salvaguarda da dinâmica económica, bem como com a manutenção dos postos de trabalho.
“Irá também permitir que as empresas continuem a funcionar e possam aproveitar, de alguma forma, rentabilizar esta quadra festiva para minimizar as perdas que se vêm registando devido aos impactos da pandemia, sobretudo no sector de hotelaria e restauração”, acrescentou.
Momade disse estar convicto e esperançoso que os turistas ainda acreditam no destino Moçambique e que ao chegarem no território receberão o carinho e tratamento desejável.
O porta-voz da Inspecção Nacional de Actividades Económicas (INAE), Tomás Timba, louvou a divulgação das normas do pelouro do turismo no período da quadra festiva. Timba apelou aos operadores turísticos para terem em conta que uma das formas de promover a imagem do turismo é praticar preços competitivos que não lesam o turista.
O comandante da PRM na cidade de Maputo, Fabião Nhacololo, disse que a corporação está empenhada em garantir que os turistas que visitarão o território moçambicano se sintam seguros e tranquilos.
“Esperamos que possam passar esta quadra festiva no nosso território da melhor forma”, afirmou.
No entanto, apesar de um ano marcado pela guerra em Cabo Delgado e pela pandemia, o sector empresarial acredita que o não agravamento das medidas de combate à pandemia poderá contribuir para recuperar as perdas registadas em 2021, marcado pela redução da actividade e despedimentos.