A Tesla, a maior companhia de automóveis eléctricos do mundo, acaba de assinar um acordo para a obtenção de material usado em baterias eléctricas a partir de grafite de uma mina em Moçambique. A empresa vai, assim, obter Material Activo Ânodo (AAM) da mina em Balama, o maior depósito do mundo de grafite de alta qualidade, localizado na província de Cabo Delgado e operado pela australiana Syrah Resources Limited.
A Tesla tem planos para usar a grafite de Moçambique para se tornar na primeira fonte de fornecimento dentro dos Estados Unidos de ânodo de grafite para a indústria dos veículos eléctricos e de produção de de baterias de lítio, sendo que o acordo confirma confirma precisamente a grafite de Moçambique como um produto de importância estratégica para o uso nas novas energias.
A par de lítio, cobalto e níquel, a grafite é uma das matérias-primas mais procuradas pelos fabricantes de automóveis eléctricos para a produção de baterias.
Com a China a liderar na produção de grafite a nível mundial, recentemente a Tesla, fundada pelo sul-africano Elon Musk, tinha pedido ao Governo dos EUA para eliminar tarifas na importação da grafite chinesa, algo que não se afigura fácil, até porque, de acordo com a agência de notícias Bloomberg, a potencia oriental produz actualmente quase metade de toda a grafite usada na produção de materiais para ânodos e a procura deverá aumentar cinco vezes até ao fim da próxima década.
A produção de grafite em Balama recomeçou em Março depois de uma interrupção em 2020 causada pela pandemia de Covid-19, que levou a um redução de 65% da força de trabalho. A Syrah diz no seu portal na internet que a mina de Balama tem uma expectativa de produção de 50 anos e a concessão ocupa uma zona de 106 quilómetros quadrados.