Pelo menos cinco estâncias turísticas encerram as portas na Ponta d’Ouro devido à crise provocada pela pandemia de Covid-19. Os operadores pedem, assim, que se abram as praias, que são um atractivo para os turistas, como forma de “salvar” o sector.
O turismo é um dos sectores que mais se ressente dos impactos da pandemia. Com a eclosão do Covid-19 houve restrições na circulação de pessoas, praias foram encerradas e as estâncias turísticas ficaram sem hóspedes.
Ponta d’Ouro, um dos locais de turismo de referência na província de Maputo, também está sufocada. Cinco estâncias turísticas já cederam à crise.
“Nós temos restaurantes que estão a trabalhar aos sábados e domingos. Temos outros que, realmente, decidiram fechar, porque não iam ficar 20 ou 30 dias a pagar energia, dívidas do INSS, nas finanças dos anos passados”, descreveu a presidente da Associação Provincial de Turismo em Maputo, Celma Issufo, citada pelo ‘OPaís’.
Os operadores acreditam que a abertura das praias pode minimizar os impactos da crise. Para isso, os operadores turísticos desenharam um plano de retoma, respeitando as medidas sanitárias e de segurança. Entretanto, afirmam que nunca foram dadas oportunidades de o pôr em prática por parte das autoridades.
“Nós partilhamos este projecto com a ministra e isso chegou aonde deve chegar; a nossa tristeza é nós termos uma coisa na mão e poderíamos tentar. Alguém pode dizer que não é possível nós contermos a invasão da população, mas nós estamos preparados, tínhamos toda a força humana no terreno. Estávamos esperançados de que isso ia acontecer e acredito que fomos ignorados. Isso nos entristece”, lamentou Celma Issufo.
Segundo o presidente de Operadores Económicos da Ponta d’Ouro, Abdul Adamo, o encerramento das praias não afecta somente as estâncias turísticas que se ressentem da crise, mas toda a cadeia ligada ao turismo.
“Essa cadeia implica os artesãos, vendedores ambulantes, massagistas, surfistas e todos aqueles que têm no turismo a fonte de sustento. É disso que vive esta vila e, com as praias fechadas, significa sofrimento e retrocesso para essas vidas”, referiu.
Os operadores turísticos pedem, assim, que sejam abertas as praias ainda que seja de segunda à sexta-feira e manterem-se fechadas aos feriados, sábados e domingos.