A 26 de Novembro de 2020, a Rede Tecnológica Privativa do Estado (RTPE) de Cabo Verde foi vítima de um ciberataque em larga escala, com impacto grave sobre os seus sistemas. Segundo o Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSi), o ataque teve origem internacional e estava a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela Interpol.
O ataque do software malicioso ‘ransomware’ obrigou à suspensão temporária de alguns serviços públicos no país. “É uma rede criminosa internacional, que tem células espalhadas por vários países e, não temos essa evidência, mas está em aberto a possibilidade que poderemos, eventualmente, ter alguma célula em Cabo Verde”, assegurou, na altura, o presidente do NOSi, Carlos Pina.
De acordo com o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, desde Dezembro do ano passado, o NOSi já investiu mais de 200 milhões de escudos (mais de 130 milhões de meticais) para uma “nova arquitectura” de protecção da rede do Estado. O governante vai contemplar uma “segurança mais fluída e dedicada à detecção e intrusão, monitorização de ameaças em tempo real, implementação de uma nova arquitectura de autenticação da rede, com alta disponibilidade e elevado nível de segurança, assim como novos serviços de correspondência através de e-mail de forma a garantir eficiência, transparência e segurança”.
Contudo, prosseguiu, “não estamos na mesma situação em que estávamos antes do ciberataque. Houve medidas e a situação vai permitir reduzir as vulnerabilidades”, garantiu Correia e Silva, para quem Cabo Verde está a melhorar o seu nível de compromisso com a cibersegurança.
O ‘ransomware’, apelidado de ‘WannaCry’, é um vírus que ataca empresas e instituições. Segundo o NOSi, este vírus encripta toda a informação armazenada no computador e o atacante exige o pagamento de um determinado valor para o utilizador voltar a ter acesso ao computador e aos seus ficheiros.