O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Governo de Moçambique vão começar as negociações sobre um Programa de Financiamento Ampliado, capaz de restaurar um “crescimento equitativo e sustentável”. FMI espera um crescimento de 2,2% no país. O FMI calcula que, depois da contracção económica de 2020, Moçambique registe um crescimento de 2,2% este ano, com uma inflação abaixo dos 10%, depois de registar um aumento de 6,8% em Novembro face ao mesmo período do ano anterior.
No comunicado, o FMI diz que a perspectiva de evolução da economia moçambicana é dominada pela produção de gás natural liquefeito (GNL), antevendo que o crescimento da economia das restantes áreas além do gás fique nos 4% a longo prazo. “O crescimento global vai subir fortemente quando começar a produção de GNL, actualmente esperada para 2023 e 2026”, afirma-se no comunicado.
A pressão orçamental das várias crises que afectam o país, das alterações climáticas ao problema de insegurança no Norte, faz com que o endividamento seja uma inevitabilidade.
“Com pouco financiamento concessional depois dos pacotes de apoio no seguimento do covid-19, em 2020, Moçambique dependeu fortemente dos bancos nacionais para o financiamento e com a procura por obrigações do tesouro a cair, as dívidas internas estão a emergir”, diz Piris, salientando que, apesar das medidas de contenção orçamental no orçamento para o próximo ano e da utilização da alocação dos Direitos Especiais de Saque, “vai ser preciso financiamento adicional”.
Será preciso, avisa, “uma acção decisiva para a dívida continuar numa trajectória sustentável, para reduzir vulnerabilidades e para libertar recursos para a despesa prioritária”, apontando que “recursos orçamentais adicionais poderiam ser angariados através de reformas na política fiscal, nomeadamente isenções ao IVA, com cuidado para minimizar o impacto nos agregados familiares mais vulneráveis e na gestão da receita fiscal”.