Moçambique integra o conjunto de países africanos, onde é “necessária uma acção urgente para evitar a catástrofe” decorrente de conflitos activos no continente, segundo um relatório do Conselho para a Paz e Segurança (CPS) da União Africana.
O Norte de Moçambique, Líbia, Sudão do Sul, República Centro-Africana, Etiópia e as regiões Noroeste e Sudoeste dos Camarões “são seis focos de conflito africanos a observar em 2022”, afirma a instituição num relatório divulgado esta segunda-feira.
No caso do Norte de Moçambique, são também preocupantes “as ramificações regionais da insurreição de Cabo Delgado, incluindo ligações a países como a Tanzânia, e a possível propagação com o propósito de criação de um eixo extremista de maior escala ao longo do flanco oriental do continente”, refere o CPS.
A insurreição extremista de Cabo Delgado está em curso desde o final de 2017. “A resposta lenta levou, desde cedo, à deterioração da situação”, considera-se no relatório.
A insurreição extremista de Cabo Delgado está em curso desde o final de 2017. “A resposta lenta levou, desde cedo, à deterioração da situação”, considera-se no relatório.
Desde o passado mês de Julho, um destacamento de tropas ruandesas com base num acordo bilateral e, depois, um destacamento multilateral da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), ajudaram a reprimir a insurreição e a restaurar o acesso humanitário às populações afectadas. Porém, assim se lê no texto, “embora a resposta militar pareça ter empurrado os insurgentes [que, nas últimas semanas, têm estado particularmente activos na província vizinha de Niassa, mas também em Cabo Delgado], é necessária uma abordagem mais holística para enfrentar os desafios socioeconómicos das comunidades”.