A dúvida que mais vezes nos assola quando vemos o subsídio de Natal entrar na conta é simples, mas de resposta complexa: gastar ou poupar? A verdade é que a decisão não tem de ser feita, porque podemos perfeitamente usar o valor para as duas coisas, basta que se destine uma parte para as compras de Natal e a outra seja encaminhada para poupança.
De seguida deixamos-lhe algumas sugestões para que dê um uso equilibrado ao seu subsídio de Natal.
Abra uma conta poupança e estabeleça objectivos
Para conseguir colocar algum dinheiro de lado e não lhe tocar a não ser para a concretização de objectivos pré-estabelecidos, o mais indicado é criar uma conta específica para o efeito, quer seja uma conta poupança ou uma conta a prazo. Existem no mercado várias opções disponíveis e, mais uma vez, o melhor é escolher em função daquelas que oferecem um bom retorno e correspondem às suas necessidades específicas. Informe-se acerca das taxas de juro, assim como da obrigatoriedade, ou não, de depósitos fixos. É igualmente necessário perceber se tem a possibilidade de mobilizar a conta quando quiser sem ser penalizado. Avalie ainda se a conta tem capital e remuneração garantidos, bem como se permite renovação e reforços. Estabeleça também, desde já, quanto quer poupar, seja por mês ou não, para que a conta não tenha só um depósito único e assim cria uma rotina de poupança ao longo do ano.
Se ainda não tem, crie um fundo de emergência
Se nunca criou um pé-de-meia unicamente para ser usado em situação de emergência, então, o subsídio de Natal deste ano pode muito bem ser o empurrão de que precisava. Isto porque toda a gente precisa de ter algum dinheiro de parte para fazer face aos chamados imprevistos, sejam os relacionados com a saúde, a instabilidade laboral ou outros, como incêndios, assaltos ou acidentes. Considera-se que um fundo de emergência deve contemplar cerca de seis vezes o valor das despesas mensais de um agregado familiar, como forma de permitir “aguentar o barco” durante meio ano. Já no caso dos trabalhadores independentes, que enfrentam maior instabilidade e incerteza em geral, o valor a reservar deve ser o suficiente para cobrir um ano inteiro de despesas. Para guardar esta poupança escolha uma modalidade que garanta alguma remuneração, mas o fundamental aqui é que o produto escolhido permita a utilização do dinheiro em qualquer altura.
Aplique o dinheiro de forma mais diversificada
Se pretender investir o subsídio de Natal em opções com maior rentabilidade – mas também muito mais arriscadas – pode enveredar pelo mercado de acções, mas aqui há regras que convém seguir, segundo os especialistas: nunca invista dinheiro de que possa vir a necessitar nos próximos cinco anos, no mínimo; tenha sempre em conta a imprevisibilidade do mercado (não há garantias de que venha sequer a reaver aquilo que investiu); não coloque os ovos todos na mesma cesta, ou seja, aposte na diversidade de acções; e nunca aplique mais de 10% das suas poupanças.
Ofereça uma conta aos mais pequenos
Se tem filhos pequenos, sobrinhos ou afilhados, pode sempre oferecer-lhes um presente dois-em-um. Ou seja, canaliza parte do seu subsídio de Natal para os presentes dos mais novos, mas abrindo-lhes uma conta poupança, para que possam ir aprendendo a gerir o seu dinheiro desde tenra idade. Convém explicar a importância de terem uma conta e que sintam que não é só para gastar, mas para aprenderem a gerir melhor o dinheiro. Se quiser, para complementar esta aprendizagem, ofereça-lhes um livro sobre literacia financeira.
Presentes sim, mas com ponderação
Caso decida gastar parte do subsídio de Natal nas compras que inevitavelmente terá de fazer, o mais sensato será começar por fazer uma lista das pessoas a quem quer oferecer algo e estipule um valor por cada um (por exemplo, o mesmo valor para todos os filhos ou sobrinhos) e mantenha-se firme, sem ceder a tentações nem cair no consumismo compulsivo. Evite ir às compras em horários e locais muito concorridos e pesquise antes de sair de casa para ter a certeza que os artigos que pretende adquirir estão mesmo disponíveis, assim como o valor aproximado dos mesmos, etc. Se fizer compras online tente comprar em simultâneo presentes para diversas pessoas, poupando assim nos portes de envio.
Como vê, o destino óbvio do subsídio de Natal não tem de ser obrigatoriamente o consumo desenfreado. Com algum planeamento é possível rentabilizar esse ordenado extra que recebe e, mesmo assim, ter uma quadra festiva inesquecível.