O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, anunciou nesta sexta-feira que vão ser retomados os voos regulares com Moçambique, que estavam cancelados desde o dia 29 de Novembro devido à nova variante do covid-19, a Ómicron.
O Governo português vai acabar com a suspensão dos voos com origem ou destino a Moçambique, anunciou esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros. Isto por considerar que, apesar de obrigar a “cuidados adicionais”, a nova variante não justifica essa medida radical. Ainda assim, os voos comerciais serão retomados, mas os passageiros terão de realizar dois testes à Covid e fazer quarentena à chegada a Portugal.
“Vamos retomar os voos comerciais com Moçambique. Suspendemo-los para que as autoridades sanitárias tivessem tempo de estudar a nova variante e perceber se obrigaria a restrições adicionais”, explicou Augusto Santos Silva, notando que a Ómicron “obriga a cuidados adicionais, mas não é razão para manter os voos suspensos”.
Apesar disso, continuará a haver restrições para quem viaje entre Portugal e aquele país. “É certo que manteremos três cuidados: a exigência de teste negativo à Covid para embarcar, a realização de um novo teste, já em Portugal, para o desembarque, e a realização de quarentena”, detalhou o ministro, assinalando que estas medidas servem “para que a situação actual que se vive em Portugal se mantenha controlada”.
O governante afirmou que os voos serão retomados “nos próximos dias” e que o Governo está a “preparar a alteração do despacho”.
Os voos entre Portugal e Moçambique (bem como outros países africanos) estão suspensos desde 29 de Novembro, na sequência da descoberta da Ómicron, uma nova variante de Covid descoberta no continente africano. Desde então, o Governo tem feito voos de repatriamento para trazer portugueses que se encontravam naquele país. Até ser levantada esta suspensão, serão feitos mais dois voos desse tipo, disse o ministro.
Esta quinta-feira, o primeiro-ministro afirmou ser “absolutamente inaceitável” manter as restrições aos voos entre Portugal e Moçambique. “A situação existente em Moçambique de modo algum justifica essa medida”, disse, no primeiro debate da Comissão Permanente da Assembleia da República.
“A experiência dos voos humanitários que temos realizado demonstram que esses mesmos voos, associados à obrigatoriedade de testes, são o mecanismo mais eficaz para deteção de pessoas infetadas e assintomáticas”, acrescentou.