No último ano (2020) mais de um milhão de moçambicanos saíram da situação de insegurança alimentar, de acordo com os dados divulgados esta segunda feira, 6 de Dezembro, em Maputo, pelo Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN).
O índice de segurança alimentar tem, no entanto, melhorado no país mas não reduz a desnutrição que afecta 11 milhões de moçambicanos. A desnutrição crónica continua a afectar 38% das crianças menores de cinco anos em Moçambique, de acordo com o mais recente inquérito do Instituto Nacional de Estatística (INE) (2020).
O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), Celso Correia, anunciou que no seguimento da “boa” Campanha Agrária 2020/2021 “mais de um milhão de moçambicanos saíram da situação da insegurança alimentar no último ano”.
Segurança alimentar melhora
“A questão da desnutrição crónica é talvez um dos principais desafios do desenvolvimento do país porque condiciona, não só o desenvolvimento das futuras gerações, da força de trabalho, da capacidade do país de pensar, mas causa problemas cognitivos”, disse o ministro que reconheceu que ainda há “um caminho muito longo e muito trabalho por fazer para reduzir os níveis de desnutrição crónica no país”, continuou.
A “Avaliação de Segurança Alimentar Nutricional Aguda Pós-Colheita, 2021” apresentado pelo SETSAN indica que, se há um no ano, em 2020, 2,6 milhões de moçambicanos estavam em situação de insegurança alimentar e nutricional, mais da metade em Cabo Delgado, esse rácio melhorou, e o número reduziu para 1,8 milhões de moçambicanos.
Celso Correia Correia explicou que a implementação do programa Sustenta “contribuiu” no acesso regular a comida nos lares moçambicanos. “O trabalho que está a ser feito no terreno para facilitar o acesso de insumos às famílias que durante os últimos dois anos não praticaram a agricultura devido ao terrorismo em Cabo Delgado ajudou as famílias a regressarem e a terem produção com mais qualidade e, consequentemente, isso permitiu obterem maior rendimento, mais alimentos e com segurança”, frisou.
“Os indicadores estão em cerca de 300 milhões de dólares que o Programa Mundial de Alimentação (PMA) tem investido para a zona norte, incluindo Cabo Delgado, Niassa e Nampula”, finalizou.
A cerimónia da divulgação dos resultados da avaliação de segurança alimentar e nutricional, 2021, contou com a presença de parceiros de cooperação na área agrária, com destaque para a FAO e o PMA. O estudo foi feito entre o período de 26 de Setembro a 11 de Outubro.





































































