Extrair sal de forma sustentável, evitando todas as formas que possam ser invasivas para o meio marinho, bem como garantir a restauração do ecossistema dos mangais é o trabalho desenvolvido pela Associação de Produtores e Comerciantes do Sal (APROCOSAL). A associação congrega produtores das províncias de Sofala, Inhambane e Maputo.
Para tornar a componente de sustentabilidade efectiva, o padre Carlos Osório, membro da APROCOSAL, fala de acções de sensibilização, envolvendo salineiros de modo a não contaminar a água, ao mesmo tempo que conservam e restauram o mangal na área de extracção.
“A nossa produção é 95% artesanal. Não usamos químicos que interferem na qualidade da água do mar”, disse, acrescentando que a sua associação está cada vez mais consciencializada e, por isso, também comprometida com a preservação dos ecossistemas do mangal, por serem importantes no processo de extracção salina.
Com o mangal, segundo disse ao jornal Notícias, a zona da extracção fica livre da erosão e o sal das impurezas como poeira trazidas pelo vento, o que implica ter um produto limpo e de maior qualidade e aceitação no mercado.
Sobre a participação da sua associação na gestão do mangal, Osório afirmou que tudo começa com a apanha das sementes, partir das quais os salineiros produzem mudas e transplantam-nas em diversas áreas e tornando-se, desta forma, activistas desta causa.
Carlos Osório disse não ser fácil estimar, tendo em conta que os envolvidos estão espalhados pelo litoral mas a verdade é que a área restaurada vai crescendo ano após ano.. “Cada um vai preenchendo as áreas que achar necessárias, na zona onde trabalha. Por exemplo, nós trabalhamos numa área pequena de 48 hectares e, em volta, temos cerca de seis a sete hectares do mangal”, disse.