Uma equipa de investigadores do Laboratório de Processos de Separação e Reacção – Laboratório de Catálise e Materiais (LSRE-LCM) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) publicou recentemente um artigo na editora Springer Nature , no qual apresenta um novo processo de geração de oxigénio molecular (O2) in situ, por oxidação da água, recorrendo a tecnologias sustentáveis com activação solar.
Recorrendo a luz artificial no limiar do ultravioleta, a equipa liderada pela investigadora Maria José Sampaio observou que os materiais desenvolvidos apresentaram um alto desempenho para a geração de oxigénio em solução aquosa utilizando o nitreto de ferro para compensar o desnível de cargas gerado no processo.
Os investigadores criaram um processo de imobilização do semicondutor óptico sobre um suporte de vidro, de forma que não seja necessário separar o material da solução aquosa. Com esta solução a fase activa pode ser incorporada no material de que é feito o reactor, ser activada externamente, e manter a operação por longos períodos, sem necessidade de acrescentar mais material activo ao processo.
Esta descoberta pode ter um impacto relevante, uma vez que o oxigénio é usado industrialmente na síntese de produtos químicos, refinação e processamento de petróleos, fabrico de vidro e cerâmicos, indústrias da celulose e produção do papel. Ainda assim, o transporte e o abastecimento de oxigénio molecular gasoso representam custos acrescidos na sua aplicação industrial. A produção in situ é, sem dúvida, a alternativa mais consensual na modernização de diversas estratégias tecnológicas.
Um dos sectores que mais requer a produção de oxigénio é o da saúde, com a particularidade de ser ainda mais exigente no que toca a padrões de pureza e qualidade, comparativamente ao oxigénio comercial. Enquanto medicamento o oxigénio é essencial, sendo indispensável no tratamento de doenças respiratórias e a pneumonia. Mas não só: o oxigénio é também essencial para cirurgias e traumas.