O mercado de capitais é, cada vez mais, uma porta de entrada de financiamento no universo das Pequenas e Médias Empresas (PME) Nacionais, que se constitui, cada vez mais, enquanto alternativa às formas existentes de financiamento ao tecido empresarial. Este posicionamento foi, uma vez mais, esta quarta-feira, defendido pelo PCA da Bolsa de Valores de Moçambique, Salim Valá.
É sabido que o acesso ao crédito continua a ser um dos maiores obstáculos do desenvolvimento económico em Moçambique e um grande impedimento das startups de inovação empresarial e, por isso, o mercado de capitais assume um papel crucial enquanto veículo que canalizam os recursos financeiros dos investidores para a concretização de projectos, expansão das empresas e consequente desenvolvimento do país. “Diante de um cenário macroeconómico adverso, o mercado de capitais pode desempenhar um papel crucial no complementar do financiamento bancário, atraindo novos investidores para fornecer o ‘oxigénio financeiro’ essencial às empresas para viabilizar as suas ideias de negócio”, defendeu.
Salim Valá falava em Maputo, durante a cerimónia de premiação dos diferentes intervenientes do Mercado Bolsista, bem como o lançamento de novos produtos e serviços da BVM.
Em consonância com o PCA da BVM, Fernando Couto, em representação da CTA sublinhou precisamente a “necessidade de se criarem mais e melhores alternativas” de financiamento enquanto forma de apoiar a recuperação do sector privado num contexto pós-pandémico. “O acesso ao financiamento desponta como um dos principais constrangimentos para o desenvolvimento do sector privado moçambicano e, por isso mesmo, a existência de alternativas de financiamento é fundamental para a recuperação das Pequenas e Médias Empresas Nacionais”, sublinhou. “Com a criação deste tipo de mercados, as PME têm um espaço crescente e mais canais de acesso para que possam tirar pleno partido das vantagens que o mercado de capitais oferece figurando-se como uma fonte de financiamento para suportar as necessidades de tesouraria em face aos desequilíbrios e constrangimentos financeiros causados pela crise do covid-19”, disse.
Após a criação do segundo mercado de capitais, em 2010, e mais recentemente, com o lançamento do terceiro mercado, e com 22 anos de historial, actualmente, são, no total, 56 as empresas que estão cotadas na Bolsa de Valores, divididas entre os seus três mercados, a grande maioria nos últimos seis anos, já sob a liderança de Salim Valá.