Enquanto as organizações de toda a África trabalham para recuperarem do impacto económico e social da pandemia, a indústria do cibercrime global continua a contribuir para o colapso da actividade económica.
Uma indústria de cibercrime cada vez mais sofisticada está a lançar uma série de ataques direccionados a organizações e infra-estruturas críticas. Esses ataques estão a crescer em volume e sofisticação, colocando em risco a nossa recuperação económica colectiva num momento em que as organizações investem mais intensamente em tecnologias digitais.
Os ataques globais aos dispositivos da Internet das Coisas, por exemplo, aumentaram 300% somente em 2019, e custaram às organizações uma quantidade incalculável de receitas e interrupções nas suas operações comerciais.
Um estudo recente revelou que o custo médio do crime cibernético é de USD 13 milhões por ataque bem-sucedido, o que representa um aumento significativo de 72% nos últimos cinco anos. A crescente digitalização das indústrias em toda a região e o poder cada vez maior das ferramentas à disposição dos cibercriminosos indicam que o custo de tais ataques tenderá a crescer ainda mais nos próximos anos.
Em suma, os ataques cibernéticos representam uma ameaça existencial à recuperação económica de África.
Os cibercriminosos visam as grandes empresas do petróleo e gás
O sector de petróleo e gás é fundamental para as fortunas económicas da região. Em Angola é o sector com mais peso no PIB e o que contribui mais nas receitas da exportação.
É preocupante que os ciberataques visem implacavelmente o sector global de petróleo e gás. Um estudo de 2017 descobriu que 68% das empresas do sector tiveram pelo menos um evento que resultou na perda de informações ou na interrupção de suas operações no ano anterior. Qual o valor das perdas daqui resultantes?
Noutro exemplo recente, os cibercriminosos fecharam com sucesso o Oleoduto Colonial, interrompendo efectivamente 50% do fornecimento de gasolina e diesel para a Costa Leste dos Estados Unidos. Noutro caso, a ExxonMobil revelou que bloqueia mais de 64 milhões de e-mails, 139 milhões de tentativas de acesso à Internet e 133.000 outras acções potencialmente maliciosas todos os meses.
As consequências económicas de um ataque cibernético bem-sucedido a esse sector crítico podem ser devastadoras para uma região que já sofre danos directos e colaterais com a pandemia. A situação exige um repensar radical de como as organizações em toda a região – e em todos os sectores – reforçam as suas defesas e se protegem contra-ataques cibernéticos.
Ataques a sistemas de ERP em crescendo
Sendo o centro nevrálgico das modernas empresas inteligentes, os sistemas de ERP são cada vez mais visados por cibercriminosos. Os invasores sabem que esses sistemas executam aplicações essenciais para os negócios e armazenam informações confidenciais; portanto, qualquer violação de dados pode fornecer acesso a informações que eles podem usar, posteriormente, ao serviço de uma série de actividades do crime cibernético.
À medida que esses sistemas mudam cada vez mais para a nuvem e integram um conjunto crescente de aplicações de negócios, as oportunidades para ciberataques também aumentam.
A quantidade de dados transaccionais em sistemas ERP típicos, por exemplo, representa uma verdadeira mina de ouro para os cibercriminosos. O mesmo acontece com as informações sobre fornecedores, clientes e parceiros – quanto mais os cibercriminosos sabem sobre as operações internas de uma empresa, mais facilmente encontrarão as vulnerabilidades para explorar.
As organizações devem procurar mudar as suas atitudes em relação à segurança e tratá-la como um imperativo comercial crítico para maior conformidade e melhor protecção contra-ataques.
Tomar medidas para proteger as organizações
É necessária uma abordagem baseada no risco que seja endossada pelas Administrações e que se concentre na protecção dos principais activos da organização. As organizações precisam de obter uma visão holística dos seus riscos de segurança e, em seguida, implementar soluções e processos que ajudem a proteger os dados, aplicações, sistemas e utilizadores finais. As melhores defesas, normalmente, incluem segurança técnica e monitorização transaccional – em tempo real – para que as equipas de segurança possam tomar medidas precisas e adequadas para manter os sistemas operacionais e os dados seguros.
A integração de uma solução Enterprise Threat Detection, por exemplo, fornece uma visão sobre actividades suspeitas no ERP de uma organização e em outras aplicações essenciais aos negócios. Isso permite que as organizações identifiquem as violações à medida que ocorrem e reajam em tempo real para neutralizar quaisquer perigos.
Uma plataforma de dados em tempo real pode ajudar a analisar e correlacionar dados de logs de maneira eficiente para ajudar as equipes de segurança a entender o que aconteceu numa aplicação, base de dados, sistema operativo ou componente de rede e melhorar a forma como a organização previne e procura ataques cibernéticos aos seus activos de TI mais valiosos.
A importância dos sistemas de ERP para o funcionamento eficaz das empresas de África torna-os os principais alvos de ataques cibernéticos. A SAP trabalhou com líderes de segurança corporativa em todo o mundo para desenvolver ferramentas que se integram perfeitamente com os sistemas ERP e ajudam a proteger os activos de dados críticos de uma organização contra-ataques cibernéticos e violações de dados.
As organizações em toda a região precisam de reconhecer a ameaça que o crime cibernético representa para as suas operações, a sua reputação, os seus funcionários e os seus parceiros. Os líderes de negócios, as suas equipes de segurança e os seus parceiros de tecnologia precisam de implementar, com urgência, novos controlos ou correm o risco de se tornar vítimas de uma onda crescente de crimes cibernéticos altamente danosos – e cada vez mais sofisticados.