A partir de 2022, a Galp Energia não irá mais fazer nenhuma nova atividade de prospecção e pesquisa de petróleo ou gás, ou seja, “poços aspiracionais em campos por descobrir”, ou “exploração de fronteira.
“É um grande passo para a Galp Energia dizer que não vamos mais fazer perfurações em campos não descobertos. Não vamos ter novas licenças. Até ao fim do ano ainda vamos perfurar dois novos poços, um em São Tomé e outro no Brasil. Serão os últimos em áreas novas. Todos os outros serão em território onde já operamos”, anunciou o CEO da Galp Energia, Andy Brown, aos jornalistas presentes num encontro com CEO de várias empresas, como Vítor Bento, dos CTT, Pinto Magalhães da Central de Cervejas, ou João de Mello, da Bondalti.
Sem modéstia, Brown sublinhou mesmo que a Galp Energia é “a primeira petrolífera no mundo a anunciar isto”. “Tivemos muito sucesso no passado a descobrir recursos e ainda hoje temos muitas oportunidades”, justificou. “E porque queremos fazer a transição depressa: menos 40% nas emissões na energia que produzimos até 2030 e metade do dinheiro em desenvolver renováveis”.
“Temos de começar uma viagem de redução principalmente no petróleo. A Galp Energia é uma empresa de muito sucesso na exploração, envolvida em duas das maiores descobertas dos últimos 20 anos no mundo; o pré-sal brasileiro e o gás em Moçambique. Foi uma grande viagem que agora vamos acabar. Quando vim para a Galp adoptámos uma nova estratégia para o futuro e queremos ser sérios. Vamos de uma empresa de petróleo e gás para uma empresa que tem mais renováveis e soluções de baixo carbono”, rematou Brown.
Face às críticas que quem dizia que a Galp Energia tinha começado a transição energética demasiado tarde, o CEO garante que “podemos ter começado tarde, mas já apanhámos o ritmo e agora vamos bastante rápido. Temos boa credibilidade. Queremos estar à frente da curva”.
No mais recente ranking da Bloomberg, a Galp surge em segundo lugar, depois da Total, de entre 39 petrolíferas que vão mais à frente na transição, frisa o CEO.