A empresa liderada por Andy Brown vê Moçambique como o segundo maior motor de crescimento, depois do Brasil. Projecto Coral pode ajudar a reduzir custos e diversificar as fontes de receitas.
A produção de gás da Galp Energia pode triplicar com a ajuda do projecto de gás natural liquefeito (GNL) em Moçambique. Uma análise da Bloomberg Intelligente aponta para o reforço da actividade, bem como de vantagens ao nível da eficiência dos custos dada a possibilidade de duplicar conceitos já usados pela empresa portuguesa no pré-sal brasileira.
“O projecto Coral GNL – o primeiro a rentabilizar as gigantes descobertas de gás natural em Moçambique- poderá triplicar a produção de gás da Galp. A planta flutuante de GNL da empresa deve ter capacidade de cerca de 3,4 milhões de toneladas por ano”, aponta a análise assinada por Salih Yilmaz, citado pelo jornal português “Negócios”.
A empresa liderada por Andy Brown vê Moçambique como o segundo maior motor de crescimento, depois do Brasil. E espera que a produção comece na próxima década. Dos 16 biliões de pés cúbicos (tcf) de reservas do Coral, cinco farão parte da primeira fase.
O consórcio composto pela Eni, Exxon Mobil e CNPC opera na Bacia Rovuma, onde irá desenvolver o projecto Coral GNL. A portuguesa Galp, a sul-coreana Kogas e a moçambicana ENH detém, cada uma, 10%.
“O mix de produção upstream da Galp pende fortemente a favor do petróleo, em cerca de 90%, enquanto pares como a OMV e a Repsol estão mais voltadas para o gás natural. Prevê-se que a produção de gás da Galp aumente com o Coral LNG e outros projectos em Moçambique, potencialmente ajudando a manter o ritmo à medida que o sector muda de foco para a transição energética”, refere a Bloomberg Intelligence.
Acrescenta que os projectos de gás natural de Moçambique podem ser notavelmente mais baratos se puderem duplicar um conceito usado nos locais de petróleo do pré-sal no Brasil. É o que acontece com a Petrobras, que está a reduzir despesas ao usar um único projecto em várias unidades de produção offshore praticamente idênticas.
“A experiência da Galp nestes projectos pode ser valiosa para Moçambique. Como o gás do país africano é metano puro e livre de impurezas, a eficiência de custos de investimento e processamento também seria um benefício”, diz Yilmaz.
Na semana passada, a Galp Energia comunicou ao mercado que o lucro líquido se situou nos 161 milhões de euros no terceiro trimestre deste ano, deixando para trás os prejuízos do período homólogo. A exploração e produção de petróleo subiram, impulsionando os números entre Junho e Setembro.
A petrolífera melhorou também as perspectivas para o quarto trimestre deste ano, à boleia da prestação dos preços do petróleo. Prevê que o EBITDA atinja os 2 300 milhões de euros, o que representa uma subida líquida de 622 milhões de euros no quarto trimestre, acima do registado entre Junho e Setembro.