O Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Instituto Nacional de Petróleo (INP) defende que o País “deve transformar-se num dos principais actores na produção e exportação de gás natural” durante o período de transição energética, num cenário global em que se pretende eliminar, até 2050, a emissão de dióxido de carbono.
Carlos Zacarias defendeu este no decorrer de um Webinar realizado na cidade de Maputo sob o tema “O Gás e o futuro: Transição energética em Moçambique” e avançou que este hidrocarboneto “será a fonte mais utilizada na produção de energia eléctrica e outros produtos petroquímicos durante a transição energética em Moçambique, na África e no mercado global.”
Destacou ainda que o recurso abundante no País, como se sabe, “é um facto que desafia Moçambique a encontrar o seu lugar no mercado mundial”, sendo, continua, “o gás natural a energia de preferência neste processso”. Assim, assegura, “as receitas provenientes da venda deste hidrocarboneto podem dinamizar a economia nacional, através do investimento em projectos estruturantes que gerem receitas para o Estado e renda para as populações”, sublinhou.
Segundo Zacarias, prevê-se que a produção do petróleo e outros combustíveis fósseis decaia nos próximos tempos e a demanda pelo gás aumente, “assumindo um papel preponderante até 2050, numa altura em que se pretende atingir as emissões “net zero” e haja uma queda acentuada na produção e consumo de recursos que poluem a atmosfera.”
Na ocasião, Carlos Zacarias referiu ainda que a transição energética “impõe diversos desafios a Moçambique, uma vez que a matriz energética é dependente de fontes de energia fóssil. O nosso gás é limpo e tem uma percentagem reduzida de dióxido de carbono. Quando associado à utilização de tecnologias que reduzem e eliminam a emissão de gases para a atmosfera, estaremos a investir em energias limpas”, destacou.
Por fim, apelou às companhias que operam no País a adoptarem tecnologias que contribuam para a preservação do ambiente e da saúde. “É fundamental a adopção de estratégias para mitigar as alterações climáticas com o uso de energias mais limpas, bem como identificar e incentivar projectos que utilizem o hidrogénio como fonte energética a partir do gás”, indicou.