Está na fase conclusiva o projecto de perfuração de 6 poços que vão alimentar a Fábrica Flutuante de Gás Natural Liquefeito, na Área 4, das águas profundas da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado.
A equipa técnica conjunta constituída por engenheiros moçambicanos e estrangeiros desdobra-se para a finalização da perfuração do último poço que se prevê que seja concluído em uma semana.
Na Área 4 das águas profundas da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, decorrem obras de finalização de perfuração do sexto e último poço do projecto Coral Sul numa profundidade média de 2 mil metros cada.
O projecto de desenvolvimento Coral Sul consiste na abertura de seis poços submarinos que vão alimentar a Fábrica Flutuante de Gás Natural Liquefeito (GNL) que deve começar a produzir gás natural em 2022.
Para aferir o grau de execução do projecto, o Ministro dos Recursos Naturais e Energia, Max Tonela, deslocou-se, há dias, ao alto mar na companhia de gestores seniores da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) e do Instituto Nacional de Petróleos, empresas que representam o Estado Moçambicano no projecto.
“Esse facto representa um marco importante, não só para os concecionários do projecto, mas também para o País, uma vez que o gás natural é um recurso estratégico que o País dispõe e que vai ajudar na transformação, expansão e diversificação da economia nacional”, disse.
No local onde será atracada a plataforma já foi completamente instalado o sistema de ancoragem e os respectivos cabos de suporte. Os técnicos finalizaram ainda a construção das linhas de escoamento do gás, o sistema do balanço da estabilidade da infra-estrutura também está concluído e minuciosamente os engenheiros fazem os últimos acertos e testes para que nada falhe assim que a imponente unidade fabril estiver nas águas moçambicanas.
“O projecto está a correr conforme o programado desde o seu lançamento em 2017. A expectativa é que no próximo ano 2022 esteja já operacional”, disse.
A abertura dos poços foi iniciada em 2019, interrompida em 2020 devido ao covid-19. Com abrandamento da pandemia já em 2021, os engenheiros retomaram as actividades prevendo finalizar a abertura do último poço no decurso do mês de novembro.
No centro das operações, há técnicos e engenheiros moçambicanos. “É com muita satisfação que nós vemos a participação de jovens moçambicanos neste projecto nas várias fases, quer no processo de construção da plataforma em curso, quer aqui em Moçambique nas actividades que correm no mar e na terra. E há um processo estruturado previsto no plano de desenvolvimento de substituição ao longo do tempo de trazer cerca de 400 pessoas que vão trabalhar na plataforma”, destacou.
O investimento do projecto Coral Sul é na ordem dos 7 mil milhões de dólares podendo gerar lucros directos na ordem dos 39,1 mil milhões dos quais cerca de 19,3 mil milhões de dólares destinam-se aos cofres do Estado moçambicano durante o período da vigência do projecto que é de 25 anos.
De referir que a Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Ventures (MRV), uma joint venture em copropriedade de ExxonMobil, Eni e CNPC, que detém uma participação de 70% no contrato de concessão de exploração e produção da área. O consorcio inclui ainda a ENH, a Galp, Kogas. Cada uma das três empresas detém 3% de interesse participativo.