De acordo com o Wall Street Journal, a empresa norte-americana está a rever o plano quinquenal de gastos considerando a estratégia de investimento num cenário em rápida mudança, especialmente no pós-pandemia.
A direcção da Exxon Mobil está, nesta altura, a debater se deve continuar com vários grandes projectos de petróleo e gás, entre os quais o projecto de 30 mil milhões de dólares da área 4 da Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, isto enquanto se verifica um impulso global por parte dos investidores para que as empresas de combustíveis fósseis sejam mais conscientes ao nível dos investimentos e mais amigas do ambiente em termos de energia.
De acordo com o WSJ, os membros do conselho de administração terão expressado preocupações sobre alguns projectos, incluindo o de desenvolvimento de gás natural liquefeito no valor de 30 mil milhões de dólares em Moçambique e um outro projecto de gás no Vietname.
Sendo certo que a própria Exxon não se pronunciou publicamente face a estas questões e que a votação final será apenas no final de Outubro, a verdade é que, de há meses a esta parte, analistas e investidores têm vindo a advertir ser inevitável uma revisão dos projectos de investimento da Exxon uma vez que precisa de cortar milhares de milhões de dólares em gastos para ajustar a sua estratégia de longo prazo.
Exemplo desta mudança, em Maio, um quarto dos directores da empresa perdeu os seus lugares e, com a nomeação do activista Jeff Ubben, um terço dos 12 membros da direcção passou para novas mãos.
A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma ‘joint venture’ em copropriedade da ExxonMobil (que lidera o consórcio), Eni e CNPC (China), que detém 70% de interesse participativo no contrato de concessão.
A portuguesa Galp, a Kogas (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detêm, respectivamente, percentagens de 10% da exploração.
No início de Março do ano passado, nas primeiras semanas da pandemia, a Exxon Mobil adiou pelo terceiro ano consecutivo a Decisão Final de Investimento sobre o projeto de exploração de gás natural em Moçambique, colocando em dúvida o investimento de 30 mil milhões de dólares.