A garantia foi dada durante um evento da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) sobre o “Papel dos Bancos Nacionais no Financiamento do Sector das Energias Renováveis”, que decorreu em Maputo, em Outubro, em formato virtual.
Durante a sessão, foi realçada a importância de garantir um enquadramento regulatório favorável, da formação tanto aos bancos como dos beneficiários do crédito e da disponibilização de informação de mercado.
O evento contou com presença de um painel formado por um membro da GET.invest Moçambique (programa europeu para mobilização de investimentos para projectos descentralizados de energias renováveis), um membro do Ministério da Indústria e Comércio e Energias de Cabo-Verde e membros dos diferentes Bancos Comerciais nacionais para juntos debaterem acerca do financiamento a projectos renováveis, as oportunidades e tendências do sector de energia renovável, bem como divulgação das iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas nos países lusófonos.
O Director Executivo do Absa Bank Moçambique, Bernardo Aparício, disse que as energias renováveis constituem uma oportunidade para a banca criar produtos bancários que permitem “desenvolver parcerias com as empresas que disponibilizam equipamentos como Sistemas Solares Caseiros (SSC) a fim de reduzir a factura de energia e canalizar as poupanças às famílias, bem como, com as empresas de telecomunicações que dispõem de carteiras móveis que ajudam a mitigar o risco de crédito”, disse.
Aparício realçou ainda que para além de disponibilizar financiamento para este sector, os bancos têm a responsabilidade de aconselhar os investidores na regulação e legislação aplicável, maximizando o investimento local.
Por sua vez, a Gestora de Projectos de Renováveis do BCI, Epifania Gove, destacou os principais desafios no financiamento deste sector ‘chave’ para o desenvolvimento sustentável do país.
“O BCI foi pioneiro na criação de uma linha de crédito para projectos de energias renováveis. O facto de ser um novo produto, que é necessário distinguir face a outras linhas de crédito, impõe a necessidade de capacitação de todos intervenientes envolvidos de modo a facilitar acesso ao crédito”.
O Director da Banca de Investimento e Economista-Chefe do Millennium BIM, Oldemiro Belchior, defendeu uma acção holística da banca nacional para promover produtos financeiros que promovem o desenvolvimento do sector das energias renováveis.
“Tem de haver uma oferta muito bem estruturada de seguros para mitigação de riscos de forma a tornar este tipo de projectos bancáveis. É preciso que os bancos prestem serviços de assessoria financeira para que os projectos sejam mais atractivos”, aditou.
O evento foi apoiado pelo programa europeu para mobilização de investimentos para projectos descentralizados de energias renováveis, Get.Invest, financiado pela União Europeia (UE).
“O papel da banca nacional deverá ser o catalisador, oferecendo financiamento em moeda local e produtos adaptados ao mercado e relacionamentos de longo prazo com as empresas que estão a intervir no país”, defendeu o representante do Get.Invest Moçambique, José Mestre. O webinar decorreu no âmbito da 2ª Edição das Conversas ALER. Contou com 250 participantes registados, de 20 países.
