A TotalEnergies revelou na semana passada que não vai tomar uma decisão precipitada de retomar o seu projecto de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, apesar dos sucessos militares contra insurgentes islâmicos na província de Cabo Delgado.
O presidente-executivo Patrick Pouyanne disse a analistas na última terça-feira que a TotalEnergies quer garantias definitivas de que a região é estável antes de enviar funcionários e contratados de volta a Cabo Delgado. Segundo noticia o portal “upstream online”, a petrolífera francesa não quer ter de retirar novamente seu pessoal se Afungi ficar sob nova ameaça.
Comentando sobre os recentes sucessos militares, Patrick Pouyanne disse: “Existem algumas evoluções positivas no terreno, mas têm de ser consolidadas. Existe uma guerra. O que não vamos fazer no Mozambique LNG é retomar as actividades para depois sermos obrigados a interromper”.
Pouyanne, falando durante a apresentação da estratégia da sua empresa até 2026, sugeriu que a primeira produção de Moçambique LNG poderia começar em 2026 se o trabalho em Afungi fosse retomado em 2022.
“Se não conseguirmos retomar no início do próximo ano, o início do projecto pode ser adiado para 2027”, acrescentou.
Os comentários de Pouyanne vieram no mesmo dia que o Ministro das Finanças de Moçambique, Adriano Maleiane, disse ao Banco Africano de Desenvolvimento que as perspectivas são boas, “porque a paz está a vigorar, os deslocados estão a regressar às suas casas e estamos agora a criar condições para eles voltar voluntariamente para casa”.
A petrolífera francesa declarou força maior no projecto no ano passado, depois que militantes islâmicos atacaram Palma e ameaçaram invadir o local de construção de gás natural liquefeito em Afungi, colocando uma insurgência pouco relatada sob os holofotes globais.