O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá, considera que a educação e inovação estão na centralidade do desenvolvimento económico inclusivo e sustentável. Segundo Valá, há necessidade de calibrar a educação e a inovação para estar alinhado com os desafios do desenvolvimento económico do país, para que possa responda as demandas do sector produtivo.
Falando na passada quarta-feira, em Nampula, durante a intervenção de abertura das XI Jornadas Científicas da Faculdade de Educação e Comunicação, da Universidade Católica de Moçambique, considera que esta educação não deve ser uma educação de qualquer tipo, sem foco nem uma orientação clara sobre os caminhos que se pretende trilhar e que estão correlacionados com os principais eixos da estratégia de desenvolvimento do país.
“Tem que se adoptar uma visão estratégica integrada assente na tríade educação-inovação-transformações económicas que permita temperar a utopia, com o pragmatismo e a adaptação, para assim viabilizar saltos qualitativos propulsionados por rasgos inovadores assentes no melhor uso da ciência e do conhecimento para a exploração racional e rentável das potencialidades dos territórios”, defendeu Valá.
Num outro desenvolvimento, o PCA da BVM referiu-se aos casos da Finlândia, Coreia do Sul, Israel e EUA, que em momentos de crise implementaram medidas compreensivas e fizeram investimentos massivos em educação, ciência, tecnologia e inovação.
“Para superar a crise económica, os governos combinaram medidas tradicionais como o aumento de impostos e o corte nas despesas, aumentaram o investimento em pesquisa e desenvolvimento, na educação e nas infraestruturas. O resultado foi que os países saíram da crise com uma economia maior e mais forte do que antes, com uma economia mais complexa e diversificada, muito mais intensiva em tecnologia e conhecimento do que no período pré-crise”, frisou.
Segundo o presidente da BVM, a economia real e a própria educação estão muito afectados pelos múltiplos desafios globais que tem repercussões ao nível doméstico, como a dinâmica demográfica, os eventos climáticos extremos, a crescente urbanização, as crises epidemiológicas e económicas, as disrupções tecnológicas e persistência de conflitos e instabilidade. “Qualquer dessas problemáticas, para a sua domesticação e resiliência, requerem uma abordagem nos domínios da educação, inovação e requerem ousadas e pragmáticas transformações económicas”, concluiu o responsável, sublinhando que “as universidades tem muito a dizer sobre esses assuntos”.