Desenvolver actividades em que a sustentabilidade é mais do que uma palavra… é, sim, uma solução. No País, e no mundo, é um conceito que tem vindo a ganhar lugar em quase todos os sectores de actividade. Neste caso, a produção de fogões melhorados é um dos bons exemplos de uma prática cujo objectivo é reduzir a pegada ambiental, sobretudo a através da diminuição de dióxido de carbono.
Desenvolvido por um grupo de consultores italianos, o projecto existe em Moçambique há cerca de dois anos e o seu impacto mede-se pela sua presença em diversas províncias do País.
A Carbonsink Moçambique é uma empresa de consultoria composta por cinco gestores que pretendem consciencializar a sociedade moçambicana sobre o perigo que os fogões tradicionais têm, não só para o meio ambiente, como para a saúde humana, de um modo geral. “Os fogões mais
abertos ou tradicionais, além de consumirem carvão vegetal, criam também uma fumaça que é prejudicial à saúde. Então, a grande vantagem dos fogões melhorados é que utilizam muito menos carvão para cozinhar”, explica António di Silvestro, coordenador da Carbonsink Moçambique.
“A grande diferença dos nossos fogões tem que ver com a diminuição da biomassa que se usa para cozinhar. Dependendo do tipo de fogão melhorado, este pode poupar entre 50% a 60% em relação aos fogões tradicionais”, explica a fonte. Implementado nas províncias de Maputo,
no Sul do País, Zambézia (Centro) e Cabo Delgado (Norte), já é possível medir o impacto do projecto apesar de ser ainda recente no mercado. “Começámos este projecto em Abril do ano passado, e só na província de Maputo já vendemos mais de 12 mil fogões”, afirma o gestor.
No entanto, não é apenas no projecto de produção de fogões melhorados que a Carbonsink Moçambique está envolvida. A empresa também está à frente de outros projectos sustentáveis nos diversos pontos do País, todos com foco na redução das emissões do dióxido de carbono, numa altura
em que as Nações Unidas alertam para o facto de estar a tornar-se, progressivamente, na maior ameaça à vida no planeta.
“Também estamos na província de Manica, na reserva de Chimanimane num projecto de conservação florestal e na província de Tete, num projecto de abastecimento de água potável usando painéis solares”, disse António di Silvestro. Até agora, a consultora considera os seus projectos bem-sucedidos em Moçambique, apesar dos efeitos negativos da pandemia do novo coronavírus, que vieram “retrair um pouco” as suas actividades.
TEXTO Hermenegildo Langa • FOTOGRAFIA Mariano Silva