Quatro mil toneladas é o total da produção pesqueira que o país colocou no mercado externo, no primeiro semestre do presente ano, um desempenho calculado em cerca de 34%, relativamente ao plano traçado para 2021.
A informação foi avançada ontem, no Município da Matola, pela Ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Augusta Maíta, num encontro com os operadores de pesca, para o balanço das actividades realizadas no primeiro semestre e perspectivas para 2022.
Maíta salientou que apesar dos desafios que o sector enfrentou, originados pelas calamidades naturais e pandemia do covid-19, o crescimento das exportações, referente ao primeiro semestre, foi de 11%, comparado ao igual período de 2020.
Augusta Maíta referiu ainda no encontro que, “com estes dados encorajadores está lançado o desafio para um salto quantitativo e qualitativo nas exportações, que passa pelo alcance de novos mercados e, também, pelo cumprimento das exigências e certificações neles impostas, como forma de colocar o país, no que considerou de grande rota do comércio mundial.”
Aos operadores do sector industrial, semi-industrial e artesanal, a ministra levou informação sobre as grandes oportunidades que se podem encontrar no mercado norte-americano e não só.
O desempenho positivo no sector de pescas não se resumiu apenas nas exportações, tendo em conta que a produção global registada foi de cerca de 230 mil toneladas. Estes resultados correspondem a um desempenho de 48% em relação à meta anual e a um crescimento em cerca de quatro por cento, comparativamente ao primeiro semestre de 2020.
Um dos aspectos que mereceu a atenção da governante foi o estabelecimento de períodos de defeso e da veda nas pescarias de camarão de superfície e de caranguejo de mangal, facto que divide opiniões entre os principais intervenientes, com destaque para os do subsector da pesca artesanal.
Rossana Ibrahimo, representante dos pescadores artesanais da Costa do Sol, na cidade de Maputo, reconheceu a importância do estabelecimento da veda, mas o ponto de discórdia assenta no período que, segundo disse, citando a experiência do ano passado, se revelou demasiado longo.
A ministra referiu que o fim único da veda é a garantia e sustentabilidade das espécies, de modo a permitir que as gerações vindouras também desfrutem da proteína nutricional do pescado.
Renovou o apelo aos operadores, de modo a assegurarem que os seus marinheiros e colaboradores cumpram na íntegra os períodos de interdição da pesca e demais medidas que forem estabelecidas.
“Aos pescadores artesanais, em especial, gostaríamos de lembrar que, durante o período de defeso e veda, a actividade de pesca, desde que devidamente autorizada, pode ser observada recorrendo-se a artes de pesca e pescarias não abrangidas pelas medidas.
Por isso, apelamos para que prestem mais atenção aos anúncios que serão difundidos pela administração pesqueira”, disse.