Já não basta atingir resultados e gerar lucro e, em breve, a contribuição para as métricas ambientais, sociais e de governo (ESG) ditará um pacote salarial maior ou menor para os banqueiros europeus.
A sustentabilidade está a alastrar-se à generalidade das dimensões, desde a alimentação ao consumo, mas também ao dinheiro. O sector financeiro tem feito esforços para alinhar com as mudanças e, a par de uma transição nos segmentos onde alocam os investimentos, os próprios gestores poderão ter de demonstrar que estão a cooperar com o alinhamento.
Os banqueiros europeus poderão passar a ter uma parte dos salários indexada ao cumprimento de critérios ambientais, sociais e de governo societário (ESG, na sigla em inglês). A maioria dos vinte principais bancos europeus, questionados pela Businesshala num inquérito a que a Bloomberg teve acesso, diz que já tem um modelo para avaliar métricas de sustentabilidade ou está a trabalhar nisso.
A mudança é impulsionada pela decisão dos reguladores europeus de passar a considerar riscos ESG nas diretrizes relativas às remunerações. Alguns dos maiores bancos globais já estão a trabalhar em metas ESG. É disso exemplo o britânico HSBC, no qual a redução de emissões de carbono (próprias e dos clientes) é determinando para manter 25% das remunerações variáveis até 2030.
“As empresas que refletem o ESG em salários fazem um trabalho melhor ao identificar e reconhecer os riscos com antecedência”, explica Ingo Specht, diretor de sustentabilidade e governo corporativo da Decca Investments, à Bloomberg. “A sustentabilidade é um impulsionador de valor”, defende.
Para reforçar a especialização interna, os bancos estão principalmente a dar formação interna sobre sustentabilidade às equipas que já têm, em alternativa a contratar especialistas, revela ainda o estudo. De acordo com alguns membros do setor, o incentivo a incluir métricas ESG vai além da regulamentação pois o não alinhamento pode comprometer a imagem pública (e consequentemente a confiança dos clientes).