O Estado moçambicano perde anualmente 360 milhões de meticais devido ao tráfico ilegal e contrabando de produtos minerais, com destaque para o ouro.
Segundo o Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), desconhece-se o destino de parte do ouro produzido na mineração artesanal, situação que está a preocupar as autoridades governamentais.
Os dados foram avançados pelo inspector-geral dos Recursos Minerais e Energia, Obede Matine, que recentemente visitou as províncias de Manica, Tete, Zambézia e Nampula, onde manteve contactos com diferentes actores envolvidas na exportação de minerais.
Para inverter o cenário, foi constituída uma equipa multi-sectorial que inclui a Inspeção-Geral dos Recursos Minerais e Energia, a Unidade de Gestão do Processo Kimberly, bem como a Polícia de Protecção de Recursos Naturais e Meio Ambiente. Estas instituições terão a missão de verificar a vulnerabilidade dos pontos de saída dos produtos e encontrar soluções para o problema.
O MIREME pretende aumentar a contribuição da produção mineira nas estatísticas das exportações do país, sendo que um dos primeiros passos a dar será o levantamento nacional sobre mineração artesanal.
Numa primeira fase, o levantamento abrangerá as províncias de Nampula, Maputo, Gaza e Inhambane, devendo, posteriormente, ser alargado a Sofala, Tete, Manica, Zambézia, Cabo Delgado e Niassa, onde o trabalho estará concluído até ao final do ano. As estatísticas do país mostram que a produção mineira contribui para o Produto Interno Bruto (PIB), com aproximadamente nove por cento.
Esta contribuição é descrita como estando ainda longe do seu real potencial, tendo em conta também o seu peso, particularmente no que diz respeito à criação de emprego nas comunidades onde a mineração ocorre.