Sosdito Manaze, docente da Universidade Eduardo Mondlane, afecto à Escola Superior de Desenvolvimento Rural (ESUDER), é o vencedor do Prémio de Ciência António Coutinho.
Da iniciativa do Instituto Gulbenkian de Ciência, da Fundação Calouste Gulbenkian, em parceria com a Merck e a Câmara Municipal de Oeiras (Portugal), o prémio visa reconhecer e financiar projectos inovadores e de relevância estratégica desenvolvidos por cientistas de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa que fomentem colaboração internacional, actualização contínua de conhecimento e promovam a transferência de tecnologias.
O projecto apresentado por Sosdito Mananze tem como objectivo principal desenvolver um sistema de suporte à decisão com base em dados de detecção remota que promova o uso eficiente de recursos na agricultura em Moçambique. Por outro lado, irá contribuir para consolidar a colaboração institucional entre a ESUDER e a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto em matérias de formação pós-graduada, investigação e extensão. O vencedor afirmou que o prémio prestigia a UEM em geral, entretanto, mais importante que o prestígio em si, disse, é o impacto que o projecto pode trazer para o sector agrícola do país.
“O sistema em projecção pode ser usado pelos serviços de extensão agrária na monitorização do estado de desenvolvimento da condição fitossanitária, da necessidade hídrica e nutricional das culturas, permitindo des- te modo, a aplicação de medidas correctivas em tempo útil. É importante salientar que os dados de detecção remota com que se vai alimentar o sistema, assim como as ferramentas de análise são de acesso livre, o que pode favorecer a sua adopção generalizada”, disse.
Sosdito Mananze é doutorado em engenharia geográfica, pela Universidade do Porto, Portugal e mestre em Gestão e Conservação de Recursos Naturais, pela Universidade de Évora, também em Portugal. Possui pós-graduação em sistemas de informação geográfica e é licenciado em engenharia florestal pela Universidade Eduardo Mondlane.