Apesar do alto custo desta tecnologia, o Grupo CDC, com sede no Reino Unido, quer desmistificar a ideia de que esta técnica só é usada em grandes empreendimentos.
Assim, a empresa imprimiu uma escola em 3D em apenas 18 horas. O estabelecimento de ensino, que está sediado no Maláui, já conta com a presença de vários alunos.
As instalações da escola, construídas em velocidade recorde, foram agora transferidas para a comunidade local na zona de Yambe, no distrito de Salima.
“Estou impressionada com o novo edifício – a sua durabilidade e o design proporcionam o espaço e as instalações que os alunos não tinham antes”, referiu Juliana Kuphanga Chikandila, ministra da Educação, Juventude e Desporto do Maláui.
A responsável frisa que este estabelecimento “é notavelmente diferente das escolas que estão a ser construídas na zona de Yambe e no distrito de Salima, e deverá atrair mais alunos, fazendo com que retornem à educação”.
A 14 Trees, uma joint venture pertencente ao Grupo CDC que trabalha para atender às necessidades de infra-estruturas na África, realça que esta é a primeira escola impressa em 3D do mundo.
“Agora que apresentamos o conceito no Maláui, esperamos expandir essa tecnologia em toda a região”, afirmou Miljan Gutovic, diretor regional da empresa. O empreendimento tem projectos semelhantes em desenvolvimento no Quénia e no Zimbabué.
Além do avanço tecnológico, a construção desta escola também tem um outro foco muito importante: o social. A UNICEF estima que só no Maláui faltam 36.000 salas de aula, o que deixa milhares de alunos sem acesso a uma educação digna.
Para colmatar este problema, diz o Interesting Engineering, seriam necessários 70 anos de uso de métodos de construção convencionais. É neste sentido, que a 14 Trees considera que a tecnologia de impressão 3D pode ajudar a resolver o problema em apenas 10 anos.
Numa parceria entre o Grupo CDC e a Lafarge Holcim, uma multinacional franco-suíça de materiais de construção, as empresas querem construir casas, escolas e infra-estrutura sociais a preços acessíveis em África de modo a colmatar as várias carências.
Para o processo de impressão, o empreendimento deverá usar a tinta Lafarge Holcim, que além de reduzir o tempo de construção, requer menos materiais em comparação com outras opções. Por outro lado, o método caracteriza-se por ser amigo do ambiente.
No entanto, o processo não é totalmente automatizado. A equipa usa uma grande impressora para construir as paredes da estrutura, mas são necessários trabalhadores qualificados para dar conta do processo de instalação de portas, janelas, telhados e outros detalhes. Esta acaba por ser uma vantagem em termos económicos, pois desta forma a empresa de construção vai ter capacidade para criar mais empregos e qualificar a mão de obra no país.