O ministro dos Recursos Minerais e Energia afirmou no final da semana passada que o aumento da participação do Estado moçambicano no gasoduto para a África do Sul será financiado por um fundo sul-africano e será reembolsado através de dividendos.
“Foi possível obter da parte de um fundo de investimento para a área de energia do Governo sul-africano um financiamento que não acarreta responsabilidades adicionais sobre a ENH [Empresa Nacional de Hidrocarbonetos], empresa do Estado moçambicano”, afirmou Max Tonela, em declarações à Lusa.
“Da parte da ENH foi feita uma avaliação das opções de financiamento apresentadas pelas várias instituições bancárias e a opção mais económica e melhor opção” é através daquele fundo, sublinhou.
A Companhia Moçambicana de Gás, empresa estatal detida pela ENH, e a companhia estatal sul-africana iGas, anunciaram na segunda-feira estar a preparar-se para comprar 30% do gasoduto que transporta gás de Moçambique para a África do Sul, exercendo o direito de preferência na compra de aquisições detidas pela companhia sul-africana Sasol.
Segundo Tonela, “os fluxos de dividendos associados às acções adicionais adquirias quer pela CMG, quer pela iGas são superiores, ao longo de tempo, às obrigações decorrentes de pagamento desse financiamento”.
“Depois de uma avaliação dos benefícios económicos da transacção, decidiriam exercer este direito e, tendo em conta o carácter estratégico da infraestrutura para o desenvolvimento económico dos dois países, essa operação teve o suporte conjunto” dos governos dos dois países, sublinhou Max Tonela.
Na nota de imprensa que emitiu esta semana, a ENH referiu que a aquisição da quota está avaliada em pouco mais de quatro mil milhões de randes.
O gasoduto liga as jazidas de gás de Pande e Temane, na província de Inhambane, sul do país, à África do Sul.