“Moçambique regista sinais de retoma de crescimento económico depois de um ano marcado pela recessão de 1,2%”. É esta a opinião do economista moçambicano Luís Magaço, que aponta para as medidas adoptadas pelo Governo face à crise sanitária da Covid-19 como responsáveis desse “ligeiro, mas assinalável”, crescimento da economia na ordem de 0,12 pontos percentuais, no primeiro trimestre de 2021.
Numa intervenção durante o Fórum de Negócios da SADC, que decorreu em Maputo dias 22 e 23 de Junho, o Presidente da Associação do Comércio, Indústria e Serviços (ACIS), Luís Magaço falou sobre como a covid-19 fez Moçambique “recuar cerca de 30 anos. Antes da pandemia, o Executivo projectava para o ano fiscal de 2020 um crescimento na ordem de 4,2% e o covid-19 alterou este quadro de perspectiva de crescimento económico. No ano passado, Moçambique enfrentou uma recessão, pela primeira vez, em 30 anos, quase, de 1,2%”.
Para o economista, os sectores que mais contribuíram para essa recessão são a indústria extractiva, transportes e armazenagens, o turismo, a área de comércio e serviços e também a indústria transformadora e deixou, um grande elogio à resiliência da agricultura. “Em contraste a agricultura mostrou sinais de grande vitalidade em 2020”, disse.
Para o economista, e depois de um 2020 pautado pela pandemia, 2021 devolveu alguma esperança aos empresários moçambicanos com o relaxamento das medidas adoptadas durante a vigência de Estado de Emergência. “Este ano temos alguns sinais positivos. No primeiro trimestre a economia cresceu 0,12%. É verdade que é pouco mas não é pior que uma recessão. Este quadro de crescimento do primeiro trimestre aconteceu num contexto em que não tínhamos a ocupação da vila de Palma e a suspensão do projecto da Total”, justificou.
Já em relação à cimeira de negócios da SADC, o economista abordou o facto de haver a necessidade de maximizar as vantagens comparativas no contexto da integração regional “olhando para as potencialidades que o país dispõe e a sua localização geoestratégica.”