O Banco Mundial (BM) prevê que a economia moçambicana recupere gradualmente ainda neste ano de 2021. No entanto, alerta para os riscos significativos de uma queda, devido à incerteza sobre o caminho que seguirá a pandemia da Covid-19.
Na Actualização Económica de Moçambique o BM refere também que o país em questão tem vários desafios, entre os quais a manutenção da estabilidade macroeconómica, tendo em conta a exposição às flutuações dos preços das matérias-primas, e a realização de novos esforços para restabelecer a confiança através de uma melhor governação económica e de uma maior transparência.
“Outro grande desafio é diversificar a economia, para que se afaste do foco atual em projetos de capital intensivo e agricultura de subsistência de baixa produtividade, reforçando ao mesmo tempo os principais motores da inclusão, tais como a melhoria da qualidade da educação e da prestação de serviços de saúde, o que, por sua vez, poderia melhorar os indicadores sociais”, afirma o BM.
A mesma fonte menciona que Moçambique está a debruçar-se com uma insurreição islâmica em partes da província rica em gás de Cabo-Delgado. Como consequência, prevê que três milhões de pessoas irão enfrentar elevados níveis de insegurança alimentar em todo o país, devido aos efeitos combinados do conflito no Norte, dos choques climáticos e das medidas de mitigação da Covid-19, que têm restringido a atividade económica.
Ainda assim, o BM espera que a economia nacional recupere a médio prazo, alcançando cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Para que tal aconteça, alerta os dirigentes do país para que avancem com a agenda de reformas estruturais, à medida que a pandemia se vai atenuando.
“Na fase de recuperação, as políticas centradas no apoio à transformação económica e à criação de empregos, especialmente para os jovens, terão uma importância crítica. Intervenções direcionadas para apoiar as mulheres e aliviar as desigualdades de género, assim como para aproveitar o poder da tecnologia móvel, podem apoiar o crescimento sustentável e inclusivo a médio prazo”, finaliza.