O Banco Mundial anunciou esta segunda-feira que vai incluir pela primeira vez o norte de África na estratégia de integração regional do continente, apostando na conetividade regional durante a duração do plano, até 2023.
“A actualização do relatório Estratégia de Integração Regional e Assistência Cooperativa entre 2021 e 2023 vai apoiar um acréscimo de conetividade nas áreas dos transportes, energia e infraestrutura digital e vai também promover uma maior integração no comércio e na integração comercial através da facilitação das trocas comerciais em corredores regionais económicos, assistência técnica para a implementação do acordo de livre comércio, apoio às cadeias de valor regionais e integração dos mercados financeiros”, lê-se no comunicado enviado à Lusa.
Na nova abordagem, o Grupo Banco Mundial afirma estar a “aumentar o seu alcance, ao incluir pela primeira vez os países do norte de África na agenda de integração regional para ajudar a fortalecer o diálogo sobre a agenda política de integração continental e para envolver o sector privado no norte de África para aferir as oportunidades de aumentar os seus investimentos noutras partes do continente”.
Para o vice-presidente do Banco Mundial para o Médio Oriente e África do Norte, esta actualização da abordagem do banco “reflecte e constrói-se nas fortes ligações históricas e socioeconómicas que existem entre os países do Magrebe e o resto de África”.
Segundo Ferid Belhaj, o deserto do Saara não é uma linha divisora”, pelo que através “do diálogo sobre políticas, assistência técnica e financeira e mobilização de investimentos transfronteiriços, o banco vai continuar a apoiar a integração continental, de Tunes à Cidade do Cabo, de Marraquexe a Mogadíscio”.
A nova abordagem do Banco Mundial surge na mesma altura em que esta entidade financeira multilateral actualizou as suas previsões para o continente, mantendo a previsão de crescimento na África subsaariana em 2,8% este ano, mas cortando 0,2 pontos à estimativa para 2022, ano em que estas economias deverão expandir-se 3,3% do PIB.
Angola deverá crescer 0,5% este ano, 0,4 pontos abaixo da anterior previsão de 0,9%, e acelerar para 3,3% no próximo ano.
Já Cabo Verde deverá crescer 3,9%, o que é uma previsão 1,6 pontos abaixo da estimativa anterior.
A economia da Guiné-Bissau vai expandir-se 3%, a mesma previsão que anteriormente, enquanto a Guiné Equatorial viu a sua previsão melhorada em 5,2 pontos percentuais, antecipando-se agora um crescimento de 2,4%.
São Tomé e Príncipe, com um crescimento de 2,7%, ou seja, 0,3 pontos abaixo das previsões de Janeiro, e Moçambique, que deverá ver o PIB crescer 1,7% (1,1 pontos abaixo da estimativa anterior) completam as previsões para as economias lusófonas da região, segundo o relatório, que melhorou a previsão de crescimento a nível mundial, em 1,5 pontos, para 5,6%.