O Ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, defende que o país deve “apostar na investigação científica e no desenvolvimento tecnológico” como o caminho para a transformação efectiva da indústria nacional que contribui com 8.8% do PIB. Carlos Mesquita falava durante a apresentação do “Programa Nacional Industrializar Moçambique”, no distrito de Boane, na província de Maputo.
Em 2014, o Executivo aprovou uma nova Estratégia Nacional de Desenvolvimento (ENDE) a longo prazo. O seu principal objectivo era o de melhorar os meios de subsistência da população através da transformação da economia e da expansão e diversificação da produção nacional tendo como base o potencial efeito transformador da exploração dos recursos naturais, apontando a industrialização como o principal meio para o país alcançar a prosperidade, a competitividade e um crescimento inclusivo e sustentável.
Perseguindo esse propósito, o Ministério da Indústria e Comércio (MIC) apresentou o “Programa Nacional Industrializar Moçambique” (PRONAIM) que pretende ser o instrumento de operacionalização do ENDE. Durante o Seminário Regional de apresentação do PRONAIM, realizado esta segunda-feira no distrito de Boane, na província de Maputo, o Ministro da Indústria defendeu que a “revolução industrial” só será possível com um investimento na área científica e tecnológica.
“Temos que fortalecer a capacidade de realização da investigação científica e o desenvolvimento tecnológico. Onde não houver investigação, não há desenvolvimento. E não podemos ficar à espera que nos tragam inovação, temos que a cultivar a partir de nós próprios”, disse o Ministro da pasta, Carlos Mesquita.
A entrada em funcionamento de empresas de média e grande dimensão impulsionaram o desenvolvimento e expansão do sector industrial e a produção da indústria manufactureira cresceu de 70.8 mil milhões de meticais (2014) para 89.4 mil milhões (2018), de acordo com dados forncecidos MIC.
Já a Secretária de Estado na província de Maputo, presente na reunião regional que juntou os sectores público e privado para reflectir em torno do PRONAIM, defendeu uma transformação estrutural baseada no capital humano para a geração de emprego. “Temos o desafio de continuar a formatar o capital humano e os nossos recursos humanos para que estes estejam qualificados para responder à demanda do mercado de trabalho. Tudo isto para satisfazer as expectativas dos agentes económicos e assegurar um contínuo processo de industrialização não somente como um processo de evolução tecnológico e expansão de capacidade produtiva, mas também como uma forma de ser e estar nas nossas comunidades “, disse Vitória Diogo, presente na Reunião Regional
Em termos sectoriais, a indústria tem crescido nos últimos anos — 9.4% (2015), 6.4%(2016), 0.3% (2017) e 6.7% (2018) sendo que a indústria transformadora é o terceiro sector que mais contribuiu para o PIB, com uma participação média de 9.0% de 2014 a 2016 e uma contribuição de 8.6% no primeiro semestre de 2017.