O Governo moçambicano pediu mais dinheiro para assistir as vítimas dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado. O pedido foi feito pela Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo Dlhovo, na reunião com membros do corpo diplomático, havido esta quarta-feira na capital do país. “Gostaria de reiterar o apelo do Governo de Moçambique a todas as missões diplomáticas, organizações internacionais e regionais para nos ajudarem na mobilização de mais apoios para fazermos face à emergência humanitária provocada pelos ataques”, disse a chefe da diplomacia moçambicana, avançando que o número de deslocados tem estado a subir, implicando o aumento de mais necessidades.
Explicou que o Governo adoptou abordagem integrada para melhor combater o terrorismo, destacando a intensificações de acções militares em paralelo com projectos que possam dinamizar o desenvolvimento, como formação técnico-profissional, iniciativas comerciais e de criação de emprego e auto-emprego para os jovens. Elencou igualmente as necessidades de abrigo e disponibilização de víveres aos deslocados.
Os ataques já provocaram cerca de 800 mil deslocados e destruíram infra-estruturas, afectando a economia da região e do país, em geral. A diplomata explicou que a migração forçada de pessoas tem levantado problemas de reassentamento populacional, necessidades de cuidados médicos e sanitários, sobretudo de mulheres, crianças e idosos.
A crise humanitária em Cabo Delgado levou o governo de Moçambique a anunciar um investimento na região superior a mil milhões de dólares. Desde 2017 que a região de Cabo Delgado, é alvo da violência terrorista, que já provocou mais de duas mil mortes. As acções dos terroristas forçou à suspensão do maior investimento privado em África por parte da TOTAL.