O Bank of America fez ontem soar o alarme: “os riscos de fragilidade do mercado são os mais altos de sempre, devido à dependência dos investidores face aos estímulos económicos da Reserva Federal (Fed)”.
O banco norte-americano alertou esta quarta-feira os investidores para a “artificialidade” do crescimento repentino de 90% do S&P 500 desde Março de 2020, um fenómeno nunca visto desde 1928, mas que só aconteceu devido “ao amplo estimulo económico da Reserva Federal (Fed).
“Dois dos quatro maiores choques financeiros no S&P 500 a que assistimos desde 1928 foram registados apenas nos últimos três anos e meio”, alertam os analistas do Bank of America.
A instituição financeira norte-americana explica que o mercado de acções ainda está muito vulnerável e a recuperar aos poucos da crise gerada pela pandemia. “É provável que os mercados tenham que andar na corda bamba durante o verão. Isto significa que os investidores terão que navegar em território cada vez mais complicado, enfrentando os crescentes riscos de inflação e do sobreaquecimento dos valores”, frisa o banco.
Para o Bank of America, o futuro é cinzento, mas uma coisa é certa: a fragilidade vai voltar a atacar o mercado, dado que se por um lado as avaliações do mercado estão cada vez mais esticadas, por outro a liquidez das empresas permanece em baixo.
Os investidores estão preocupados que os sinais de aumento da inflação possam fazer com que a Fed compre menos activos ou aumente as taxas de juros antes do tempo esperado, fazendo assim descer o valor das acções.