Designado Purchasing Managers Index (PMI), um inquérito mensal da autoria do Standard Bank aponta que as condições das empresas em Moçambique aumentaram pela primeira vez em mais de um ano durante o mês de Abril, tendo os últimos dados do inquérito PMI™ mostrado sinais iniciais de uma recuperação do impacto da pandemia de Covid-19.
Segundo o inquérito divulgado esta quarta-feira pelo Standard Bank, as empresas verificaram novos aumentos tanto na produção como nas novas encomendas, levando a uma forte subida na aquisição de meios de produção e na reposição de inventários.
“Isto coloca pressão adicional nos custos dos meios de produção, que subiram ao ritmo mais elevado desde Março de 2020. A confiança nas empresas relativamente à produção futura atingiu um pico de 16 meses, mas os números do emprego continuaram a cair”, lê-se no documento divulgado pelo Standard Bank.
Em Abril, o principal o principal valor calculado pelo PMI fixou-se em 51,3, registando-se assim uma subida em relação a Março com 49,1. Para o economista-chefe do Standard Bank – Moçambique, Fáusio Mussá, “isto assinala a primeira melhoria nas condições das empresas desde que a economia sofreu o primeiro impacto da pandemia de covid-19 e das restrições associadas”.
Comentando esses resultados, Mussá acredita na possibilidade de Moçambique sair da recessão durante o segundo trimestre de 2021, uma vez que o país está a passar por um abrandamento das restrições relacionadas com a COVID-19. “Os efeitos de base explicam grande parte do crescimento esperado, visto que a conjuntura ainda aponta para uma procura agregada moderada e um sentimento negativo, na sequência de uma série de ataques terroristas que originaram uma situação humanitária na província norte de Cabo Delgado e mais atrasos na implementação de projectos de gás natural liquefeito (GNL)”, fundamenta.
O aumento da procura de meios de produção incentivou uma melhoria no desempenho do fornecimento, uma vez que os fornecedores enfrentaram uma forte concorrência, com os prazos de entrega a diminuir a um ritmo sólido
Além disso, durante o período em análise, o relatório aponta igualmente que a recuperação geral na produção foi sólida, com aproximadamente 22% das empresas inqueridas a registarem mais actividade do que em Março.
Consequentemente, a actividade de aquisição aumentou ao ritmo mais elevado em mais de um ano e meio, já que as empresas procuraram reforçar os seus stocks, antecipando novos aumentos na procura e nos preços das matérias-primas.
“O aumento da procura de meios de produção incentivou uma melhoria no desempenho do fornecimento, uma vez que os fornecedores enfrentaram uma forte concorrência, com os prazos de entrega a diminuir a um ritmo sólido”, refere o inquérito.
Porém, os números do emprego caíram pelo terceiro mês consecutivo, originando, contudo, pressões sobre a capacidade produtiva em várias empresas.
Prevemos que o dólar americano e o metical encerrem o ano com um valor de aproximadamente 60,7 no cenário bull, 65,4 no cenário de base e 70,1 no cenário bear
Quanto à valorização do metical, considerando o risco inerente às previsões e a incerteza relacionada com os actuais desafios de segurança e de resposta em termos de políticas bem como dos eventos climáticos, o economista-chefe do Standard Bank – Moçambique prevê que o metical encerre o ano com um valor de 60,7 meticais por dólar.
“Prevemos que o dólar americano e o metical encerrem o ano com um valor de aproximadamente 60,7 no cenário bull, 65,4 no cenário de base e 70,1 no cenário bear. A inflação do final do ano no cenário base aponta para 7,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, com uma previsão de recuperação do PIB a manter-se baixa num crescimento anual de apenas 1,6% em relação ao mesmo período do ano anterior”, conclui Fáusio Mussá.