A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) vai distribuir este ano dividendos da ordem de 11 centavos de metical por acção, mais 73,6% em relação ao que foi distribuído em 2020, anunciou esta segunda-feira a empresa.
“De acordo com os estatutos, os resultados alcançados permitem propor o pagamento, neste ano, na ordem de 0,111MZN de dividendos por acção, uma cifra que é 73,6% superior” ao que foi pago em 2020, referiu Boavida Muhambe, presidente do Conselho de Administração.
“Em termos absolutos, a HCB pagará aos acionistas um total de 2 947,2 milhões de meticais de dividendos, sendo extensivo aos mais de 17 mil novos que se juntaram à estrutura acionista com a colocação de 4% das acções da empresa através de uma Oferta Pública de Venda [OPV], em 2019”, detalhou.
Aquele responsável falava esta segunda-feira durante uma apresentação das contas da empresa estatal relativas ao último ano, aprovadas em assembleia-geral na sexta-feira.
A empresa registou um resultado operacional de 11 835,3 milhões de meticais contra os 9 988,1 milhões de meticais de 2019, representando um crescimento na ordem dos 18,5%, e um resultado líquido de 9 824,1 milhões de meticais, em 62% superior ao ano anterior – em linha com os dados divulgados pela Lusa há duas semanas.
A empresa tem em curso um plano de modernização que prevê investimentos na barragem, central de geração, subestações do Songo e de Matambo e nas linhas de transporte de energia
“Estes resultados são extremamente animadores e encorajadores e dão-nos a convicção de que estamos no caminho certo na valorização daquilo que o país e os acionistas esperam de nós enquanto gestores deste empreendimento estratégico e chave para a matriz energética nacional e regional”, referiu Boavida Muhambe.
Situada no rio Zambeze, na província de Tete, a barragem de Cahora Bassa abastece a África do Sul e todo o território nacional com uma produção anual que em 2020 chegou a 15 350 gigawatt-hora (GWh), 4,7% superior a 2019.
A empresa tem em curso um plano de modernização que prevê investimentos na barragem, central de geração, subestações do Songo e de Matambo e nas linhas de transporte de energia, visando aumentar a fiabilidade técnica e operacional.
De acordo com o último boletim, o Estado moçambicano detém 85% das acções da HCB, 7,5% pertencem à Redes Energéticas Nacionais (REN) portuguesa e 4% são de investidores nacionais sendo os remanescentes 3,5% detidos pela HCB (acções próprias).