O Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) e o Gabinete de Apoio a Pequenos Projectos de Investimento (Gapi) estão a implementar uma Linha de Crédito à Comercialização Agrícola (LCCA) no país.
A iniciativa beneficiou, recentemente, a comerciantes que operam nas províncias de Cabo Delgado, Tete e Gaza, num montante global de 11 milhões de meticais. A LCCA é um instrumento criado pelo Governo no âmbito do Fundo Rotativo de Comercialização Agrícola (FRCA).
O mesmo é gerido pelo Gapi e pelo Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) e, até ao momento, concedeu créditos a 167 comerciantes rurais na ordem dos 230 milhões de meticais.
Intervindo recentemente no lançamento da Campanha de Comercialização Agrícola 2021, em Chongoene, província de Gaza, o Primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, realçou a importância da iniciativa, exortando aos gestores a garantirem que mais intervenientes beneficiem e a actividade de comercialização agrícola permita a compra de grande parte da produção nos campos.
Na ocasião, foram apresentados três comerciantes financiados pela LCCA, nomeadamente Cornélio Seta, que opera em Balama, Cabo Delgado; Jacob Benjamim, Angónia, na província de Tete; e Celina Manhique, Chibuto, em Gaza.
Na ocasião, Adolfo Muholove, presidente da Comissão Executiva do Gapi, referiu que “os beneficiários são parte de 167 que ao longo de todo o país e desde que lançámos a LCCA já receberam cerca de 230 milhões de meticais, que possibilitou a comercialização de cerca de 55 mil toneladas de produtos diversos, com destaque para milho, gergelim, feijões, soja, amendoim, arroz e, recentemente, castanha de caju.
Muholove destacou também a necessidade do reforço desta linha para que a actividade de comercialização se torne mais abrangente.
“Esta linha tem um sucesso visível e contribui para a inclusão financeira, económica e social dos intervenientes, sendo um dos principais indicadores do seu sucesso a taxa de reembolso do crédito, que está na ordem dos 98%. Os números são ainda pequenos, se considerarmos o universo das necessidades, mas o nível de eficiência e os resultados até aqui alcançados nos dão certeza de que este é o caminho a seguir”.
Por seu turno, Mohamed Valá, director do ICM, destacou “o impacto significativo da iniciativa no meio rural, com o real acréscimo da renda familiar”.
“Esperamos poder expandir o fundo, com a adesão de outros intervenientes para servir o objectivo principal que é dotar os comerciantes de capacidade técnica e financeira para comprarem os excedentes agrícolas e, consequentemente, dinamizar esta actividade e, simultaneamente, alimentar a indústria”, afirmou Valá.