O Governo e parceiros têm disponíveis mais de 50 milhões de dólares para financiar projectos de pequena escala visando a massificação da aquacultura no país, com maior destaque para a produção do camarão em cativeiro.
O objectivo deste financiamento é estimular o empreendedorismo juvenil na área de aquacultura, reforçar o capital das empresas, aumentar o acesso à proteína animal para combater a desnutrição, gerar renda e incrementar as divisas do país com as exportações.
A Ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Augusta Maíta, que avançou a informação, no último sábado, no distrito de Inhassunge, na Zambézia, afirmou que o projecto de aquacultura de pequena escala será lançado em Maio próximo e, neste momento, decorrem os preparativos para esse efeito.
Augusta Maíta disse que uma parte dos beneficiários deste financiamento serão os finalistas da Escola Superior de Ciências Marinhas da Universidade Eduardo Mondlane em Quelimane e jovens das comunidades de Inhassunge que estão a ser capacitados na empresa Aquapesca.
Maíta disse que os beneficiários terão de apresentar um plano de negócios e as empresas precisam de se reestruturar para ter acesso ao financiamento, a fim de desenvolver as suas actividades.
Aquapesca prevê este ano exportar 240 toneladas de camarão para o mercado europeu, das quais, 40 produzidas no âmbito do projecto “Mais Peixe”
No contexto da monitoria das actividades do ministério que dirige, Augusta Maíta trabalhou no distrito de Inhassunge onde uma empresa está a relançar a produção do camarão em cativeiro para a exportação.
No ano passado, o ProAZUl (ex-Fundo Pesqueiro) e a Aquapesca assinaram um memorando no contexto do projecto “Mais Peixe” no valor de um 1,3 milhões dólares visando o financiamento adicional para a iniciativa de transferência de tecnologias às comunidades locais de Inhassunge em parceria com a Escola Superior de Ciências Marinhas da Universidade Eduardo Mondlane.
Em menos de um ano após a concessão do financiamento, a ministra foi avaliar o projecto e ficou impressionada uma vez que foi possível aumentar a área de produção em sete hectares com uma produção de 40 toneladas de camarão.
A produção esteve interrompida por seis anos devido a uma doença, o que obrigou a novos investimentos em toda a infra-estrutura de produção
Segundo a ministra, a empresa Aquapesca está a transferir conhecimento para as comunidades e jovens finalistas do ensino superior em matéria de aquacultura, o que permitirá com o financiamento, abrir uma nova frente de jovens empreendedores do ramo.
De acordo com a ministra, o memorando prevê também que a empresa absorva 200 formandos e os que não forem integrados serão os primeiros beneficiários do projecto de aquacultura de pequena dimensão. Ressalvou, no entanto, que se trata de uma iniciativa de dimensão nacional para o qual convidou aos jovens e empresas a se reestruturarem.
A Aquapesca prevê este ano exportar 240 toneladas de camarão para o mercado europeu, das quais, 40 produzidas no âmbito do projecto “Mais Peixe” com o envolvimento das comunidades e estudantes universitários.
O director de produção daquela empresa Vicente Ernesto disse que a produção esteve interrompida por seis anos devido a uma doença, o que obrigou a novos investimentos em toda a infra-estrutura de produção estimada em mais de cinco milhões de dólares.
Actualmente, estão a observar estágio técnico-profissional, 67 graduados do curso de licenciatura de Ciências Marinhas da Universidade Eduardo Mondlane.
A ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, trabalhou igualmente em Quelimane, Pebane, onde inaugurou o maior mercado de venda de peixe.