Passaram-se 18 anos desde que o Concorde, o avião comercial mais rápido do mundo, deixou em terra a sua icónica e luxuosa frota supersónica depois de 27 anos a transportar pessoas na travessia do Atlântico durante três horas vertiginosas. Agora, alguns dos maiores especialistas mundiais da aviação e institutos de investigação de topo estão a reinventar a premissa, com os testes de voos tripulados previstos para terem início no próximo ano.
Uma das pioneiras da nova vaga, a Spike Aerospace, apresentou recentemente as primeiras imagens da cabina do seu avião supersónico Spike S-512. O avião destaca-se da concorrência ao oferecer simultaneamente um baixo estrondo sónico (o som ensurdecedor provocado pela onda de choque quando uma aeronave rompe a barreira do som) e o compromisso de disponibilizar um voo “carbono zero” (sem emissões de dióxido de carbono) até 2040. Para que fique claro, isto nada tem a ver com compensação de emissões de CO2; a Spike Aerospace está a trabalhar num avião que realize voos com zero emissões de carbono.
O modelo supersónico da Spike Aerospaces, o Spike S-512, voará a uma velocidade de Mach 1.6, que é o dobro da velocidade de qualquer outro avião actualmente no mercado. Embora o Concorde voasse um pouco mais depressa, o avião da Spike Aerospaces quase não terá estrondo sónico, pelo que poderá sobrevoar terra firme (de Londres ao Dubai ou Hong Kong, por exemplo) conjugando um mínimo de emissões com um máximo de eficiência.
O Spike S-512 terá capacidade para transportar até 18 passageiros e atingir a velocidade de Mach 1.6, pelo que poderá realizar percursos em torno de 5.000 quilómetros, como Londres-Nova Iorque, Londres-Dubai ou Dubai-Hong Kong, em cerca de três horas e meia, ao mesmo tempo que mantém um baixo estrondo sónico.
E como é que será o Spike S-512 por dentro? Ao passo que o Concorde transportava até 100 pessoas, este avião – com um máximo de 18 lugares – será incrivelmente luxuoso, muito à semelhança do Gulfstream G650, que é o preferido de personalidades como Jeff Bezos, Elon Musk e Oprah Winfrey. E pode, é claro, ser configurado de inúmeras maneiras, com complementos como assentos totalmente reclináveis (poltrona-cama) e mesas de conferências.
O elemento mais singular do design será a ausência de janelas no avião. As armações das janelas são o ponto mais fraco de qualquer avião e é por aí que passa muito ruído. Ao eliminá-las, a fuselagem fica mais robusta e mais eficiente em termos de utilização de combustível – e, ao reduzir o zumbido constante do motor, os passageiros chegam ao seu destino mais frescos, em vez de esgotados com o ruído constante.
Em vez de janelas que, independentemente da classe em que se viaja, nunca parecem estar alinhadas com o assento, todo o comprimento interior da cabina do Spike S-512, de ambos os lados, parecerá um grande ecrã de computador, permitindo-lhe ter vistas panorâmicas ou o que quer que seja que esteja a sobrevoar, bem como fazer apresentações em powerpoint ou convertê-lo em pequenos ecrãs individuais para cada assento.
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