Apoiado pelos governos da Suécia e dos EUA, o projecto do promotor norte-americano Sun Africa implica um investimento de 524 milhões de euros em sete parques fotovoltaicos com uma capacidade total de 370 MW, sendo o parque de Biopio, com 188 MW, o maior da África subsariana. A construção fica a cargo da empresa luso-angolana MCA Grupo.
A Sun Africa LLC, promotor de projetos de energia renovável dos EUA, vai iniciar a construção de um projecto fotovoltaico de 370 MW em Angola, que corresponde a um investimento de 524 milhões de euros, financiado pela Swedish Export Credit Corporation (SEK) e apoiado pelos governos da Suécia e dos Estados Unidos, refere um comunicado do grupo norte-americano a que o JE teve acesso, detalhando que a primeira pedra deste projecto será colocada na localidade angolana de Biopio, que, com 188 MW, terá o maior projecto solar individual da África Subsariana”.
A conclusão da construção deste projecto solar está prevista para o terceiro trimestre de 2022, que será instalado em três províncias angolanas – Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico –, permitindo eletrificar várias regiões do país. O objectivo do atual Governo de Angola, identificado no plano “Energia Angola 2025”, é que até essa data Angola tenha cerca de 60% da sua população rural com acesso a electricidade.
Utilizando equipamentos dos fabricantes líderes mundiais, Hitachi-ABB, Hanwha Q-Cells e NEXTracker, este projecto será construído pela empresa luso angolana MCA Grupo, integrando sete parques de painéis solares com uma capacidade total de 370 MW.
Cinco dos projectos vão estar ligados à rede eléctrica principal de Angola, enquanto dois projectos estarão ligados em zonas rurais
“Trará benefícios significativos para o fornecimento de electricidade a Angola e marcará a nova viragem na diversificação do fornecimento de energia e da sua economia”, adianta o comunicado, referindo que “além de ser rica em hidrocarbonetos, Angola tem abundância de sol com uma das maiores irradiações do continente africano”.
“Cinco dos projectos vão estar ligados à rede eléctrica principal de Angola, enquanto dois projectos estarão ligados em zonas rurais”, potenciando com estes parques solares “uma nova vertente de energias renováveis sustentáveis a milhares de cidadãos angolanos em vários pontos do país”, refere o mesmo comunicado.
“Estamos satisfeitos com a parceria com a Hitachi ABB Power Grids, Hanwha, Nextracker, Elof Hansson e MCA Grupo, pois compartilhamos o compromisso de fornecer energia limpa, de baixo custo, em todo o continente africano”, refere o CEO da Sun Africa, Nikola Krneta.
“Esta é uma conquista incrível” e “demonstra a dedicação, as capacidades de todos os nossos parceiros bem como a visão do governo angolano”, adianta o CEO, considerando que “deve ser elogiada a resiliência de todos os nossos parceiros para superar os desafios únicos conjuntos”.
Trata-se de um projecto de 524 milhões de euros, financiado pela Swedish Export Credit Corporation (SEK) e garantido pela Swedish Export Credit Agency (EKN). O ING Bank N.V atuou como banco organizador. A K-Sure, da Coreia do Sul garante as exportações sul-coreanas. E parte da transação está sendo financiada pelo Development Bank of Southern Africa (DBSA).
“Agradecemos aos nossos parceiros de confiança, como o ING Bank, o SEK, o EKN, o DBSA e aK-SURE, bem como o apoio que recebemos dos governos sueco e dos EUA, para ajudar a concretizar este projecto”, adianta Nikola Krneta, agradecendo também “ao Governo de Angola e às embaixadas da Suécia e dos EUA em Angola pelo apoio contínuo e direto ao longo do processo de desenvolvimento”.
Quase um milhão de painéis solares para os sete locais que vão receber estes parques fotovoltaicos são fabricados na Coreia do Sul, enquanto a maioria dos equipamentos e soluções de transmissão serão enviados dos Estados Unidos e da Suécia.
Como promotora líder de projectos solares à escala de serviço público e fornecedora de soluções fora da rede, a Sun Africa redefiniu o significado da “empresa de energia limpa”. “Com experiência em tecnologia, recursos da cadeia de abastecimentos e acesso a uma variedade de fontes de capital, a Sun Africa e seus parceiros têm um forte histórico de entrega de projectos com baixo custo e alta eficiência para atender à crescente procura por electricidade limpa, a preços altamente acessíveis”, refere o comunicado.