Os governos europeus “devem injetar fundos nas empresas ou então ajudar por outras vias a criar situações de solvência financeira, se não querem enfrentar uma onda de insolvências que resultará na perda de 15 milhões de empregos”, alertou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI), como escreve a Bloomberg.
O FMI aproveitou ainda para elogiar “os fundos públicos até agora investidos no espaço europeu que já ajudaram a salvar 30 milhões de postos de trabalho”. Por outro lado, a organização internacional relembra que “ainda falta um longo caminho, dificultado pelo número crescente de empresas, sobretudo pequenas e médias, que entraram em processos de insolvência, pelo que é preciso investir ainda mais através de um fundo que misture investimento público e privado a representar 2% a 3% da produção económica europeia”, indica a organização.
“Se as empresas de várias áreas forem mais saudáveis é possível evitar o regresso às “espirais de desgraça”, escreveram hoje num blog, citados pela Bloomberg, Laura Papi e Alfred Kammer, responsáveis pelo departamento europeu do FMI.
Para evitar armadilhas como “desperdiçar dinheiro público ao tentar salvar empresas inviáveis ou permitir que empresas com apoios sejam mal administradas”, os economistas pedem que a banca “entre em cena”. Uma situação que, no mês passado, Christine Lagarde não considerou viável: “Devemos ter cuidado para não gerar uma nova crise inflacionista”, lembrou a líder do Banco Central Europeu e ex-responsável do FMI, citada pelo Financial Times.
Para Papi e Kammer, o exemplo número um chega de França que “está a desenvolver um programa de empréstimos participativos a ser lançado esta semana”, seguida por Itália que “aposta na injecção de capital privado, apoiada pelo Estado no que toca às pequenas e médias empresas”, e pela Irlanda, onde “o Governo recorre aos privados para avaliar o mercado”, como explica a Bloomberg.